Arquivo da categoria ‘Resenhas Shows’

Billy Graziadei (Biohazard)

O Circo Voador recebeu no último dia 23 de abril, feriado na cidade maravilhosa, as bandas Raimundos e Biohazard.

A primeira, um ícone do hardcore nacional, responsável por termos música com malícia, irreverência e principalmente peso nas FMs do Brasil na década de 90, início dos anos 2000. A banda sofreu várias mudanças em seu line-up, tendo o guitarrista/vocalista Digão como único remanescente da formação original. Completando o time temos Marquim (Guitarra), Caio (Bateria) e Jean (Baixista).

O Raimundos subiu ao palco com certo atraso, a primeira a ser desferida foi ‘Deixa eu Falar’, com Digão iniciando a música fora do palco e a guitarra de Marquim falhando. Felizmente já na metade da música, Digão já dava as caras no palco e a guitarra voltara a funcionar.

Digão (Raimundos)

Mesmo com uma ótima performance de palco, um belo telão de led com o logo da banda e som bem claro, o público iniciou meio morno e começou a se animar um pouco antes da metade do set. A banda usou e abusou de seus maiores hits, ‘I saw you saying’, ‘Me lambe’, ‘Palhas do coqueiro’, ‘Reggae do manêro’, ‘A mais pedida’, ‘Mulher de fases’, ‘Puteiro em João Pessoa’ e ‘Eu quero ver o oco’.

Digão lembrou a extinta rádio ‘Fluminense FM’, como uma rádio que apoiou bem a banda e tocou por diversas vezes a paulada ‘Tora Tora’. A banda ainda executou os riffs de ‘Raining Blood’ (Slayer) na execução de ‘Bê a Bá’ e ‘Creeping Death’ (Metallica) em Rapante.

Uma apresentação segura, com músicos que cumprem bem seus papéis, com vasta experiência de palco, não deixando o peso cair um minuto sequer. Músicas conhecidas por boa parte dos presentes que assegurou a banda a ser um open act perfeito para a ocasião. No fim o público estava animado e pronto para os nova-iorquinos do Biohazard.

Marquim e Jean (Raimundos)

Troca de equipamentos e logo, Evan Seinfeld (vocalista e baixista), Billy Graziadei (vocalista e guitarrista), Bobby Hambel (guitarrista) e Danny Schuler (baterista) sobem ao palco do Circo Voador como uma locomotiva desgovernada ao som de ‘Urban Disciple’, faixa que dá nome ao segundo álbum da banda lançado em 1992, talvez uma das capas mais divulgadas no início dos anos 90 nas revistas especializadas.

O massacre sonoro continuou com ‘Shades Of Grey’, também de Urban Disciple, ‘Tales from the hard side’ (State of the World Address, 1994). A banda estava ensandecida no palco, a empolgação e a troca de energia com o público era notória.

Wrong Side of the Tracks’, ‘Black and White and Red All Over’, ‘Retribution‘ e ‘Five Blocks to the Subway’ vieram na sequência mostrando todo o poderio do Biohazard. Impossível não citar o ânimo dos músicos que se movimentaram o set inteiro como jovens adolescentes no palco, disposição invejável dos já sexagenários.

Evan Seinfeld (Biohazard)

Em meio a tantos clássicos a banda ainda encontrou espaço para o cover de ‘We’re Only Gonna Die’ do Bad Religion. O público se divertia e se deleitava ao som da música furiosa do Biohazard, rodas e alguns… hã… projetos de stage dive mostravam a empolgação dos presentes. O mais bacana de tudo foi ver a banda direcionando sua fúria para boas causas, falando de paz e até mesmo campanha contra o câncer de mama.

No fim, sorrisos e muito, muito suor dos que se aventuraram em meios a roda e a agitação maior do público. Duas bandas que apesar do peso e suas raízes calcadas no Hardcore soam bem díspares quanto as suas propostas. E ok! Isso faz com que a arte seja algo tão incrível, um dos grandes shows do ano até o momento.

Bobby Hambel (Biohazard)

Raimundos Setlist: Deixa Eu Falar / Opa! Peraí, Caceta / 20 e poucos anos (Cover Fábio Jr.) / I Saw You Saying (That You Say That You Saw) / Me Lambe / Palhas do Coqueiro / Marujo / Nariz de doze / Bê a Bá / Reggae do Manêro / Rapante / A Mais Pedida / Mulher de Fases / Puteiro em João Pessoa / Tora Tora / Eu Quero Ver o Oco.

Biohazard Setlist: Urban Discipline / Shades of Grey / Tales From the Hard Side / Wrong Side of the Tracks / Black and White and Red All Over / Retribution / Five Blocks to the Subway / How It Is / Down for Life / Victory / Love Denied / We’re Only Gonna Die (Cover Bad Religion) / Punishment / Hold My Own.

Tarja Turunen

Após apresentações na Argentina e no Chile, Tarja Turunen, a diva finlandesa do metal volta a se apresentar no Brasil passando por 9 cidades. Desta vez a vocalista veio acompanhada por seu antigo companheiro de Nightwish, Marko Hietala (vocal, baixo).

Com uma agenda puxada e exposta as intempéries deste clima louco, os músicos foram acometidos por uma de nossas famosas viroses e tiveram que adiar as apresentações que ocorreriam em Curitiba e Belo Horizonte, além de realizar um show mais curto em `Porto Alegre. A expectativa sobre a qualidade dos shows e/ou possíveis adiamentos das próximas datas eram grandes.

O Rio seria a sexta data em solo brasileiro e o local escolhido foi a Sacadura 154. A abertura da noite ficou por conta dos cariocas da Lumnia. A banda conta com Odete Salgado (Vocal), Pedro Mello (Baixo), Matheus Moura (Bateria), Marcel Gil (Guitarra) e Nicholas Gomes (Guitarra).

A banda executa um Metal Sinfônico e conta com um álbum lançado em 2023, “Humanity Despair”, base da apresentação. O set foi curto mas muito bem executado e aproveitado, uma pena o som estar um pouco estourado para quem estava nas primeiras fileiras, mas do meio da casa para o fundo, a audição estava consideravelmente melhor. A iluminação também não ajudou muito, as vezes se iniciava um pisca pisca sem fim, e em determinados momentos o breu tomava conta, infelizmente mazelas que alguns open-acts ainda tem que passar.

Odete Salgado (Lumnia)

O instrumental é bem coeso, pesado e técnico, só senti falta de um pouco mais de movimentação, que ficou muito centrada na vocalista Odete que percorreu todos os espaços do palco e que variava de uma voz doce ao gutural com facilidade.

Apesar dos pequenos percalços, deu para perceber que a banda tem muita qualidade e isso repercutiu no público presente, que agitou bastante ao som da banda. Ansioso para ver um show deles com toda a estrutura que merecem.

Sai o Lumnia e a produção entra com dois bancos e violões a tira colo. Marko Hietala então sobe ao palco com seu parceiro de apresentação Tuomas Wäinölä. O músico conversa um pouco com a platéia e inicia seu set com a música, “Stones”, single de seu álbum solo, “Pyre Of The Black Heart”, lançado em 2020. A música ficou boa no formato escolhido, ganhando um ar folk bem interessante.

O set foi bem curto e contou com os covers de “Crazy Train”, “Children Of The Grave”, “Child Of Babylon”, um pedacinho de “The Wave” de Tom Jobim, além da autoral “Two Soldiers”. Mas a cereja do bolo foi a execução de “The Islander” do Nightwish que fez o público ir ao delírio.

Marko Hietala

O set de Marko e Tuomas foi basicamente o mesmo apresentado na turnê “Six Strings And Voice” no qual os dois músicos unidos a Anneke Van Giersbergen excursionaram o país em 2023 com um show no formato acústico.

Banquinhos recolhidos, olhos atentos, e Tarja Turunen sobe ao palco acompanhada pelos músicos Guillermo de Medio (Teclado), Timm Schreiner (Bateria), Peter Barrett (Baixo), Julian Barrett (Guitarra) e Alex Scholpp (Guitarra).

A exemplo da apresentação anterior da vocalista em 2022, a banda mostrou-se bem animada durante a apresentação. O set foi iniciado com “Demons In You” (“The Shadow Self”, 2016), “Die Alive” (“My Winter Storm”, 2007) e “Diva” (mais uma de “The Shadow Self”). Na execução de “Shadow Play” (“In The Raw”, 2019) a vocalista não só interpreta a música como também assume um segundo teclado.

O público já estava nas mãos da finlandesa e eis que tudo ganha um algo a mais quando Marko Hietala sobe ao palco para junto de Tarja interpretar “Dark Star”, presente no álbum “What Lies Beneath” (2010). O Sacadura 154 neste momento veio abaixo. A canção ganhou um ar mais pesado e a química entre Tarja e Marko continua perfeita.

A próxima da noite foi “Left On Mars”, música lançada recentemente para mostrar a unidade entre os dois músicos. Neste momento a banda de Tarja ganha o reforço de Tuomas Wäinölä e a música é executada com três guitarristas.

O que se seguiu depois foi pura e mera covardia. Marko permanece no palco e são desferidas “Dead Promises” (“In The Raw”), e os sucessos do Nightwish “Planet Hell” e “Wish I Had an Angel” com toda a audiência cantando em uníssono.

Marko se despede e Tarja com sua banda ainda tem energia e tempo para “I Walk Alone” (“My Winter Storm”), “Victim of Ritual” (“Colours in the Dark”, 2013) e seu maior sucesso solo “Until My Last Breath” (“What Lies Beneath”). Para finalizar a noite, Marko volta ao palco para a execução do cover de Gary Moore, eternizado pelo Nightwish, “Over The Hills And Far Away”.

Tarja Turunen e Marko Hietala revivendo seus tempos no Nightwish

Resumão! Uma apresentação saudosista, que fez muito marmanjo chorar. A dobradinha Turunen e Hietala é um sucesso. A banda que acompanha a finlandesa é extremamente eficiente e manda muito bem ao vivo. Os caras foram escolhidos a dedo e fazem um excelente trabalho, dão o seu show sem sobrepujar um ao outro. Foi um daqueles shows que você vê e ouve com gosto. Uma pena pelos adiamentos, pelas últimas notícias que li, os shows foram remarcados para maio de 2025, e pode ser a oportunidade de quem não assistiu desta vez possa contemplar esse momento em fim. Mas com a enorme repercussão positiva talvez Tarja não precise andar mais sozinha.

Lumnia Setlist: Reverie / Madness Interlude / Broken Glass / Humanity Despair / Violet / Transcedence / Queen Of Night / Embrace Darkness;

Marko Hietala Setlist: Stones / Crazy Train (Ozzy Osbourne Cover) / Child of Babylon (Whitesnake Cover) / Wave (Tom Jobim Cover – parte) / Two Soldiers / The Islander (Nightwish Cover) / Children Of The Grave (Black Sabbath Cover);

Tarja Setlist: Demons in You / Die Alive / Diva / Shadow Play / Dead to the World (Nightwish Cover) / Dark Star (com Marko Hietala) / Left on Mars (com Marko Hietala e Tuomas Wäinölä) / Dead Promises (com Marko Hietala) / Planet Hell (Nightwish Cover; com Marko Hietala) / Wish I Had an Angel (Nightwish Cover; com Marko Hietala) / I Walk Alone / Victim of Ritual / Until My Last Breath / Over the Hills and Far Away (Gary Moore; com Marko Hietala).

Dave Faulkner (Hoodoo Gurus)

14 de Abril, sexta-feira chuvosa no Rio e dia de trocar a camisa preta pela camisa florida. Mentira, era florida mas também era preta.

Os australianos do Hoodoo Gurus que em 2022 lançaram o seu décimo álbum de estúdio, Chariot Of The Gods, retornaram ao Brasil para cinco apresentações após 26 anos de hiato. O show do Rio foi a terceira data desta mini turnê que já havia passado por São Paulo e Porto Alegre e que ainda contemplaria Curitiba e Florianópolis.

O show aconteceu no Qualistage, originalmente Metropolitan que passou por diversas administrações até a atual.

Segundo a assessoria da casa, o público estimado era de 5.000 pessoas, e segundo a apresentação no início do show, era o maior público até então para ver os Aussies.

Marcito Teixeira (Va’a Surf Band)

O open act ficou a cargo da banda Va’a Surf Band, banda de Niterói, composta por Paulo Velloso (Baixo), Ricardo Mattos (Guitarra), Ronaldo Melão (Bateria) e Marcito Teixeira (Vocal, Violão), todos remadores de canoa polinésia (Va’a, sacou a proposta?).

O quarteto executa covers de bandas de surf music e foi surpreendente a abertura com Tribal Voice do Yothu Yindi. Depois o que se seguiu foram clássicos e mais clássicos de bandas como Midnight Oil, Spy Vs Spy, Ganggajang e até R.E.M e Red Hot Chili Peppers. O som da banda me levou de volta a infância onde ouvia esses sons em programas da Fluminense FM e Transamérica RJ.

A banda possui uma energia muito boa no palco e fez os presentes dançarem e entrarem no clima para a atração principal. Um dos momentos icônicos foi quando Marcito sacou um trompete e tocaram Beds Are Burning do Midnight Oil, foi uma das cerejas no bolo. A banda terminou seu set ovacionada, deixando o gostinho de “quero mais” em boa parte dos presentes.

Uma breve pausa, DJ no palco, e mais surf music para a galera. Desmonta bateria, afinam-se as cordas, colam-se os sets no palco e lá vamos nós conferir Dave Faulkner (Vocal e Guitarra), Brad Shepherd (Guitarra), Richard Grossman (Baixo) e Nik Reith (Bateria).

Vale a pena lembrar que apesar de estarem a 26 anos sem tocar no Brasil, a banda parou durante 6 anos (1998 a 2004).

A banda subiu ao palco com a nova World Of Pain e foi ovacionada de cara. Para quem estava na frente era nítida a impressão de que a banda recebera a energia do público. O show seguiu com Another World do álbum Magnum Cum Louder (1989) com o hit The Right Time, a única do álbum Crank (1994) a ser executada.

A banda seguiu o set abrangendo toda sua história e claro que clássicos como Leilane, Tojo, I Want You Back (Stoneage Romeos, 1984), Out That Door, What’s My Scene (Blow Your Cool!, 1987), Castles In The Air (Kinky, 1991), Night Must Fall (Blue Cave, 1996) não poderiam ficar de fora e trazer a aura de nostalgia aos presentes. Boa música em sua melhor forma.

Nik Reith (Hoodoo Gurus)

Come Anytime (mais uma de Magnum Cum Louder) foi a primeira faixa do Bis, faixa certa em coletâneas de surf music, a balada 1.000 Miles Away (Kinky) e a festiva Like, Wow – Wipeout!.

Os Gurus envelheceram bem, as músicas novas mantém a linearidade da carreira dos australianos não deixando a desejar. A banda se mantém bem no palco, coesa, tranquila e mostrando que estão fazendo o que gostam. O “novato”, se é que podemos chamar assim, Nik, é um exímio baterista e mantém a pegada da banda, escolha acertada. Uma pena apenas que canções como Down On Me e In The Middle Of The Land terem ficado de fora, mas convenhamos, a carreira da banda é extensa e é difícil agradar a todos.

O público foi grande e eclético ocupando bem a área do Qualistage, tinha de tudo, pessoas com bronzeado laranja, headbangers, coadjuvantes de documentários sobre os Z’Boys, cosplayers do detetive Magnum, casais e famílias, e justamente essa diversidade que fez o show ser ainda mais especial, os Gurus juntaram diversas tribos em um só local.

Quanto ao Qualistage, mantendo-se como sempre impecável nos quesitos luz e som. E que receba mais shows assim em um futuro breve.

Setlist Hoodoo Gurus: World of Pain / Another World / The Right Time / The Other Side of Paradise / I Was the One / Leilani / Answered Prayers / Night Must Fall / Tojo / If Only… / Chariot of the Gods / I Want You Back / Poison Pen / Equinox / Castles in the Air / Out That Door / What’s My Scene / Bittersweet / I Was a Kamikaze Pilot / Bis: Come Anytime / 1000 Miles Away / Like Wow – Wipeout.

Sonata Arctica

No último dia 19 de Março os finlandeses do Sonata Arctica voltaram ao Rio de Janeiro. A turnê que aconteceria inicialmente em 2020, e adiada tantas vezes devido a pandemia, finalmente chegou ao Circo Voador.

Esse foi o sexto show na cidade em um intervalo de 10 anos, e o terceiro no Circo Voador. Muitos acreditavam que a banda poderia desistir do Rio de Janeiro devido aos eventos ocorridos durante a turnê de 2017, onde manifestações próximas ao Circo Voador fizeram com que uma nuvem de gás entrasse no espaço causando ardência nos olhos e tosse em parte do público presente.

Mas vamos focar no presente.

Como divulgado, o Circo Voador abriu as portas as 18:30 e o show se iniciou precisamente as 20:00. O público presente era satisfatório e bem barulhento.

Logo após a introdução, com Always Look On The Bright Side Of Life dos maravilhosos comediantes (para se dizer o mínimo) do Monty Python, Tommy Portimo (Bateria) e Tony Kakko (Vocais) foram os primeiros a entrar no palco. Já ovacionados, cumprimentaram os presentes e após a chegada de Pasi Kauppinen (Baixo), Henrik Klingenberg (Teclados) e Elias Viljanen (Guitarra) iniciaram o show com The Wolves Die Young, música de abertura do álbum Pariah’s Child (2014).

Tommy Porttimo

O show seguiu com The Last Amazing Grays (The Days Grays, 2009) e Storm The Armada (Talviyö, 2019). A cada intervalo, os presentes gritavam: “Sonata, Sonata…”, a banda se mostrava bem confortável no palco e os sorrisos nos integrantes eram facilmente visíveis.

Paid In Full (Unia, 2007) foi cantada em uníssono. Sing In Silence (Silence, 2001), Kingdom For A Heart (Ecliptica, 1999), mais uma celebrada pelos presentes, Caleb (Unia, 2007) e Closer To An Animal (The Ninth Hour, 2016) vieram na sequência.

Podemos dizer aqui que o show foi dimensionado em duas partes, a primeira com as músicas citadas, um pouco mais intimistas talvez. E uma segunda parte com músicas mais para cima, um pouco mais enérgicas.

Black Sheep (mais uma de Silence), Broken (Winterheart’s Guild, 2003), I Have A Right (Stones Grow Her Name, 2012) – impressionante o tamanho que essa canção alcançou. Tivemos também a balada Tallulah (Silence, 2001) e Fullmoon (Ecliptica, 1999) com Kakko pedindo para o público cantar sozinho, mas claro, só a primeira parte da música. Fim do set regular.

Voltando para o Bis, Kakko brincou com os presentes, dividindo a platéia e fazendo disputas vocais. Sempre uma alegria para os presentes esse momento. A banda executa The Cage (Winterheart’s Guild, 2003), uma de minhas favoritas, Don’t Say a Word (Reckoning Night, 2004) e encerrou a apresentação, como o próprio Kakko falou, com a resposta para todas as questões: “Vodka”.

O Sonata Arctica amadureceu ao longo de seus 27 anos, conseguindo seu lugar ao Sol e saindo das sombras de seus conterrâneos do Nightwish e Stratovarius. As letras passaram a ser mais intimistas, por vezes, mais sombrias, responsáveis e críticas, os elementos do Power Metal que consagraram a banda ainda permanecem, mas o conteúdo passou a ser bem mais significativo do que o peso e/ou a velocidade.

Pasi Kauppinen

Sendo uma turnê em comemoração aos 25 anos da banda, muitos esperavam canções como Wolf And Raven, My Selene, Replica, Blinded No More, Blank File… mas infelizmente ficaram de fora, quem sabe em uma próxima turnê, uma parte 2 dessa comemoração, quem sabe?.Mesmo assim, a banda conseguiu fazer um belo apanhado de toda sua história e não decepcionou.

Mais uma vez a parceria Overload e Dynamo Records nos trazendo um grande concerto! A estrutura do Circo Voador é inquestionável, som impecável e apenas as luzes que estavam meio “pesadas” no palco, mas nada que prejudicasse ou tirasse o mérito do espetáculo. Uma noite incrível!!!

Sonata Arctica Setlist: Always Look on the Bright Side of Life (Intro – Monty Python) / The Wolves Die Young / The Last Amazing Grays / Storm the Armada / Paid in Full / Sing in Silence / Kingdom for a Heart / Caleb / Closer to an Animal / Black Sheep / Broken / I Have a Right / Tallulah / FullMoon / Bis: The Cage / Don’t Say a Word / Vodka.

Azul Limão no palco da Sala Baden Powell

Cinco anos após o lançamento de “Imortal” (2018), a banda carioca Azul Limão acaba de lançar fisicamente seu mais novo álbum, “Na Pressão”, pela Dies Irae Records.

Para celebrar a conquista, a banda promoveu no dia 27 de Janeiro uma apresentação na Sala Baden Powell (Copacabana – RJ). O Teatro possui uma boa estrutura, e deu ao evento uma dinâmica diferenciada, pois os fãs presentes ficaram acomodados em cadeiras. 

O set apresentado se baseava em dois, digamos, atos. O primeiro trazendo o novo álbum na íntegra e depois, alguns clássicos da banda.

A banda composta por André Delacroix (Bateria), Vinicius Mathias (Baixo), Marcos Dantas (Guitarra) e Renato Trevas (Vocais) subiu ao palco ao som da música que dá nome ao último lançamento, Na Pressão.

Renato Trevas

O vocal estava saindo meio baixo, um pouco embolado, mas foi corrigido na música seguinte, Nunca se Renda, seguida por Dinheiro Dinheiro e Crom, contando sobre experiências na Linha 2 do Metrô da Cidade Maravilhosa foram as seguintes.

As músicas novas soaram potentes ao vivo, o bom público presente já entoava as novas letras com certa facilidade. Com certeza algumas ganharão presença certa entre os próximos sets da banda. O show prossegue com a balada Perdão.

São executadas as músicas Vírus Mortal, quem adivinhar a inspiração ganha um doce, 1983, uma ode ao início da invasão do Heavy Metal ocorrida no Brasil, com várias referências e homenagens. Hipócrita, depois da audição, fica bem clara a proposta. E O Medo é o Inimigo, como Trevas comentou, a Fear Of The Dark do Azul Limão.

Completando o álbum Na Pressão e já emendando na segunda parte do show, temos a adição do guitarrista Dicastro para a execução do cover de Alta Velocidade, imortalizada pela banda Sangue da Cidade e Coração de Metal, eterno clássico so Stress cantada em uníssono, ambas composições de Dicastro.

Dicastro, Vinicius e Marcos

Nesse momento alguns dos presentes já se juntavam mais próximos do palco e bangeavam sem parar. Seguindo a apresentação, tivemos Não Vou Mais Falar, presente no álbum de estréia da banda, “Vingança” (1986). Era chegada a hora então do mais novo hino da banda, Guerreiros do Metal do álbum “Imortal” (2018), mais uma com grande participação do público.

O set seguiu com Sangue Frio (“Vingança”), Solidão (“Ordem e Progresso”, 1987) com Trevas lembrando que só conseguia enxergar metade do teatro, realmente o ambiente estava bem escuro, mas nada que atrapalhasse a experiência. E fechando a noite, mais duas do debut da banda, Satã Clama Metal e Vingança.

Com praticamente 42 anos de existência, a banda continua com um pique invejável a muitos garotos que estão começando agora. Se por um lado temos Vinicius e Marcos, membros fundadores da banda, que possuem no palco uma postura um pouco mais concentrada, por outro temos André Delacroix, o cara é uma máquina, sempre sorrindo, interagindo com o público, me mostrem um baterista que toque com mais felicidade do que ele … e o “caçula” Trevas, esbanjando simpatia e interação com todos.

Delacroix

Ao final da celebração, a banda dedicou tempo aos fãs presentes com direito a fotos, autógrafos e um bom bate papo. A Dies Irae também marcou presença com um estande onde boa parte do material da banda estava disponível para venda, a preços justos assim como outros lançamentos do selo.

Uma noite memorável!!!

Setlist: Na Pressão / Nunca Se Renda / Dinheiro Dinheiro / Crom / Perdão / Vírus Mortal / 1983 / Hipócrita / O Medo é Inimigo / Alta Velocidade (Sangue da Cidade Cover) / Coração de Metal (Stress Cover) / Não Vou Mais Falar / Guerreiros do Metal / Sangue Frio  / Solidão / Satã Clama Metal / Vingança.

mail

Nessa semana, o METAL VRAU disponibilizou sua nova collab, e a faixa escolhida foi a emblemática e cativante “Heroes”, presente no primeiro e homônimo álbum do Masterplan, lançado em 2003.

Confira “Heroes”, em:
https://youtu.be/dvjaf6RSWPc
Produção de áudio por Renato Domingos
Produzido por METAL VRAU

“Foi um prazer monstruoso tocar com esses figuras! Só tem cara foda aí, como pessoa e músico!”
Rafael Pacheco

“Mais uma vez espetacular!”
Sandro Fernandes “Murdok”

Todos os direitos sobre a música pertencem à Roland Grapow, a banda Masterplan, bem como todos seus representantes legais/culturais.

Ficha Técnica:

Raphael Dantas – Vocal (@raphaeldantasofficial)
Ego Absence / Soulspell

Mauricio Guimarães – Vocal
Armahda / Ministério da Discórdia

Rafael Pacheco – Guitarra / Guitar (@rafaelrcpacheco)
Aventh / Untrusted / Empire / Sons Of Judas

Renato Domingos – Guitarra / Guitar (@renato_domingos)
Armahda

Marcos Rodrigues – Baixo / Bass (@marcosramosrodrigues)
Sarkaustic

Silvio Senna – Bateria / Drums (@silviosenna)
Ministério da Discordia / Sarkaustic

Cada participante desta Collab gravou e capturou seu próprio som e takes de filmagens.

O METAL VRAU é um canal paulistano no YouTube, fundado em maio de 2018 pelos músicos, guitarristas e amigos de longa data, Rafael Pacheco e Sandro Murdok, com intuito de não só enaltecer o estilo que tanto amam, Heavy Metal em todas suas vertentes e subgêneros, através de vídeos colaborativos junto a grandes músicos da cena brasileira, muitíssimo bem produzidos e com extremo bom gosto, mas sim também prestar devidas homenagens a gigantes nacionais e mundiais do Rock/Metal.

Não somente esse tipo de colaborações serão abordados, mas também muito material autoral próprio da dupla, entrevistas, participações especiais, opiniões pessoais sobre instrumentos e metal em geral.

Rafael Pacheco, paulistano, 32 anos, desenvolvedor e analista de sistemas, toca guitarra e violão desde os 14 anos de idade e já teve aulas com mestres das seis cordas como Orival Castelo (violão) e Homero Bittencourt (guitarra). Já integrou muitas bandas covers de Testament, Iced Earth, Judas Priest, Queensrÿche e, também, de som autoral como InSoulitary (Death Metal). Atualmente, toca nas bandas covers Sons Of Judas (Judas Priest), Empire (Queensrÿche), e de som autoral Aventh (Melodic Death Metal) e Untrusted, ainda em fase embrionária. Suas influências na guitarra são grandes nomes como Mark Morton, Yngwie Malmsteen, Nuno Bettencourt, Richie Kotzen, Reb Beach, Doug Aldrich, Jon Petrucci, Jason Becker, Marty Friedman, Kiko Loureiro, Edu Ardanuy, Jeff Loomis, Keith Merrow, Ola Englund, dentre outros.

Sandro Murdok, paulistano, 25 anos, produtor e analista de qualidade, se apaixonou pela música aos 12 anos de idade após algumas aulas de violão na igreja em que frequentava. Autodidata na maior parte do tempo, fez do violão de nylon seu fiel companheiro. Durante a adolescência se influenciou por bandas e artistas como Ozzy Osbourne, Bullet For My Valentine, Charliw Brown Jr., Killswitch Engage e Bring Me The Horizon. Em 2012, ganhou sua primeira guitarra, saindo do nylon para o aço, e novas influências surgiram como, por exemplo, Dimebag Darrell (Pantera), Michael Paget (Bullet For My Valentine), Adam D. e Joel Stroetzel (Killswitch Engage), John Browne (Monuments), Mark Holcomb (Periphery) e etc. Com o início do projeto Metal Vrau, junto com Rafael Pacheco, tem seu primeiro contato com a produção musical e, a partir daí, decidiu tornar sua paixão em profissão. Começou no ano seguinte o curso de Produção Musical na EM&T, tendo como coordenador e professor Fernando Quesada (ANIE, Noturnall, Armored Dawn). No mesmo ano de 2019, entrou para a banda de Thrash Metal, Trendkill Inc., sem deixar de lado seu amor pela produção, abrindo a Rec Station Produtora (www.recstation.com.br) com outros dois amigos produtores.

Parcerias:

Custom Craft Luthieria | Customy Guitars
IStrings | Cordas Labella | Destroyer (Instrumentos Musicais)

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JZ PRESS

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Poucos dias antes do fim de ano e temos nossa última jornada ao Circo Voador em 2019.

Para fechar o ano de forma magistral, tivemos a oportunidade de presenciar o show de 25 anos de uma das bandas mais icônicas da década de 90 no Brasil, os Raimundos.

Juntos nesta noite ainda tivemos a abertura da banda Meu Funeral, composta por Dan Menezes (Baixo), Pepe (Guitarra) e Lucas Araújo (Vocal), a banda apresenta uma saudável e bem humorada mescla entre Punk, Ska e Hardcore.

Canções como Queimando a Mufa, Meu Funeral, Ninguém Mais Ouve Ska e Punkoxinha animaram os presentes para as bandas que viriam a seguir.

AZ-125Contando com um público mais robusto, tivemos a apresentação do projeto unindo Jimmy London, ex-vocalista do Matanza a banda folk, Rats. A união das duas, hã… “bandas” resultou em um produto diferenciado e acima da média. 

Mesclando o que há de melhor entre os dois mundos, o projeto executou clássicos do Matanza como Tempo Ruim, Ela Roubou Meu Caminhão e músicas dos Rats como Lobo do Mar e Naufrágio. Tudo com muita vibe folk que levou os presentes a loucura.

Vi numa entrevista recentemente que Jimmy tem como ídolo pessoal Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, e que seguindo a concepção de Dee, se você termina um show e ainda tem força pra festejar depois, você não fez um bom trabalho. E vamos admtir o gigante gentil Jimmy London possui as melhores qualidades de um frontman, carisma e presença de palco.

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Após a grande apresentação de Jimmy & Rats, era hora do Circo Voador comemorar os 25 anos dos brasilienses do Raimundos. Com uma trajetória repleta de sucessos e uma conturbada mudança de formação, a banda seguiu em frente sem abaixar a cabeça e mostrou que ainda tem muita lenha pra queimar.

A banda hoje conta com os membros fundadores, Digão (guitarra e vocal), Canisso (baixo), acrescidos de Marquim (Guitarra) e Caio (Bateria), a comemoração ainda contou com o baterista Fred, mais um membro fundador da banda. E sim, é isso que estão pensando, a banda tocou com duas baterias no palco.

Nega Jurema, Palhas do Coqueiro, Puteiro em João Pessoa, entre outras foram recebidas com rodas de mosh e muitos outros loucos praticando o stage dive.

O Circo Voador virou um imenso caldeirão enquanto Eu Quero é ver o Oco estava sendo executado. A banda ainda contou com a participação do humorista e ator, Eduardo Sterblitch na execução de Mulher de Fases.

Uma noite memorável para ser lembrada por fãs e bandas. Que venham mais 25 anos.

 

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Thiago Bianchi (Noturnall)

No último dia 08 de Novembro subimos a serra carioca, mais precisamente para o município de Nova Friburgo, local onde aconteceria a segunda edição do Friburgo Rock Festival.

Com 201 anos, a cidade é conhecida por seu potencial têxtil e clima ameno, atraindo diversos turistas. Sendo composto por onze etnias diferentes, a cidade é um enorme poço de hospitalidade e simpatia.

O evento aconteceu no Teatro Municipal Laércio Rangel Ventura, nome que homenageia o ex-diretor do Jornal A Voz da Serra, falecido em 2013. O teatro possui uma estrutura esplendorosa e conta com um palco fechado e um anfiteatro a céu aberto, onde a grande atração da noite, a banda Noturnall, acompanhada da lenda da bateria Mike Portnoy (Transatlantic Orchestra, ex-Adrenaline Mob, ex-Dream Theater), gravaria a apresentação para um DVD futuro.

Assim que chegamos fomos recepcionados pelos responsáveis pelo evento: Guilherme Braune, Maurício, Marcelo Braune e Bruno Eller. Marcelo nos levou para um tour pelas instalações do teatro e nos contou que o voto final para a escolha do local do evento teria sido de Mike Portnoy, que se encantou com a estrutura do anfiteatro. Infelizmente, o evento contou com um atraso considerável devido a chuva que caíra na manhã/tarde do evento, pelo menos na hora da apresentação o clima se manteve estável e não tivemos maiores problemas.

Devido ao atraso, aproveitamos para conhecer um pouco das cervejas artesanais da cidade, olhar o merchandising das bandas e do próprio festival, tudo a um preço bem convidativo diga-se de passagem.

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Hammathaz

A primeira banda a subir no palco fora a Hammathaz, banda de Sorocaba que apresenta um som agressivo, mesclando o Metalcore ao Death. Os integrantes Thiago Pasqualini (Vocal), Thales Stat (Guitarra), Rodrigo Marietto (Guitarra), Anderson Andrade (Baixo) e Lucas Santos (Bateria) fizeram o público agitar ao som de músicas autorais, ótimo aquecimento para a noite.

A banda possui várias demos e dois EPs, os últimos estão disponíveis para download no facebook da banda, deixaremos os links no final, o primeiro full lenght está previsto para o ano que vem e contará com a produção de Thiago Bianchi.

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Bruthus

A segunda banda da noite foi a Bruthus, a banda estava literalmente em casa e jogou/tocou com o público todo a seu favor. Músicas rápidas com uma pegada Punk e a descontração do Hardcore com momentos Thrash, adicionadas a letras em português, carisma e bom humor, a banda é a única que participou das duas edições do Friburgo Rock Festival.

Brown (Vocal), Eduardo Peixe (Guitarra), Gustavo Zebs (Baixo) e Alexandre Sorin (Bateria) quase fizeram a grade ir abaixo com a empolgação da galera. A banda também se apresentou em outras cidades durante a Redemption Tour ao lado da Noturnall. Mais do que merecido.

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Cleber Krichinak (Attrachta)

A terceira banda a se apresentar foi a paulista, Attrachta. Devido ao atraso anteriormente citado, a banda acabou sendo prejudicada em seu tempo no palco, mas nem por isso Cleber Krichinak (Vocal), Ricardo Oliveira (Guitarra), Guilherme Momesso (Baixo) e Humberto Zambrin (Bateria) deixaram a poeira assentar e executaram um Heavy Metal com elementos de Prog e Melódico.

A banda possui um EP, lançado em 2013 e o debut, lançado em 2016, “No Face To Fear What’s Buried Inside You”.

Após as três promissoras bandas, a Noturnall sobe ao palco embalada ao som de Nocturnal Human Side, música presente no primeiro álbum da banda, seguida por Wake Up, presente do irretocável “9”, terceiro álbum da banda, o segundo e último com a formação original da Noturnall.

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Bianchi e Orlando (Noturnall)

Hoje em sua formação, a Noturnall conta com Thiago Bianchi (Vocal), Henrique Pucci (Bateria), Mike Orlando (Guitarra) e Saulo Xakol (Baixo). 

O som é pesado e podemos perceber um diferencial nos vocais de Thiago Bianchi. Acredito que o músico amadureceu e partiu para vocalizações mais viscerais e agressivas, deixando alguns excessos de lado, aprovadíssimo.

Após mais algumas músicas da Noturnall, era a hora do primeiro convidado da noite, Edu Falaschi subir ao palco e fazer um pequeno set acústico, logo, a Noturnall com o aréscimo de Mike Portnoy sobem ao palco para a execução de The Silent Man, música do clássico Awake.

Com a mesma formação e dividindo os vocais com Thiago Bianchi, Edu e os músicos da Noturnall prestam homenagem a Andre Matos, falecido no último mês de Junho. Coincidência, ou não, Thiago sucedeu Andre no Shaman e Edu se tornou vocalista do Angra após a saída de Andre.

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Edu Falaschi

Com uma imagem de Andre como fundo, a banda parte para a execução de Carry On, imortalizada na voz de Andre ao lado do Angra.

Edu ainda participa da execução de As I Am, música de Train Of Thought, um dos álbuns mais pesados do Dream Theater. 

Relembrando a época em que tocaram juntos, Portnoy e Orlando puxaram uma trinca da banda Adrenaline Mob, simplesmente fenomenal, Hit The Wall, Indifferent e Undaunted foram executadas com uma pegada furiosa.

O final ficou por conta de Scream For Me! nova música da Noturnall que conta com Mike Portnoy e que ganhou clipe no Youtube. Saldo da noite, um público serrano satisfeito e entusiasmado por música de qualidade, uma super estrutura, bandas afiadas, e o futuro da Noturnall sendo bem definido por Thiago Bianchi.

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Mike Portnoy

Thiago soube escolher bem seus companheiros, Henrique Pucci (ex-Project 46) é um baterista ágil e que sabe tocar pesado, Xakol se apresenta com muita segurança no baixo, técnico. Mike Orlando… bem… simplesmente o cara é um monstro ma guitarra e o palco é seu habitat natural.

Que venham o próximo álbum da Noturnall, a terceira edição do festival e os álbuns das bandas de abertura, que esbanjaram qualidade. Matador.

Noturnall Setlist: Nocturnal Human Side / Wake Up / No Turn At All / Fight the System / Shadows / Cosmic Redemption // Edu Falaschi Setlist: Rebirth (Acoustic Angra Cover) / The Silent Man (Dream Theater Cover) / Pegasus Fantasy / Wishing Well (Acoustic Angra Cover) / Nova Era (Acoustic Angra Cover) /  Henrique Pucci Drum Solo / Carry On (Angra cover com Thiago Bianchi) // Mike Portnoy Setlist: As I Am (Dream Theater Cover com Edu Falschi nos vocais) / Under a Glass Moon (Dream Theater Cover) Hit the Wall (Adrenaline Mob Cover) / Indifferent (Adrenaline Mob Cover) / Undaunted (Adrenaline Mob Cover) / Take the Time (Dream Theater Cover) / Bis: Cowboys From Hell (Pantera Cover) / Scream for Me!

Hammathaz Setlist: So It Comes / Devil In My Shoulder / From The Grave / The End Complete / New Blood / Farewell / Bringing Hell.

Bruthus Setlist: Forca / Sem Noção / Humanos Direitos / Dança / Festa de Maluco / Comigo Não / Fumada / Bruthus.

Attrachta Setlist: Bleeding In Silence / 231 / Mistakes And Scars / Victorious / Payback Time.

Links:

Hammathaz – https://www.facebook.com/hammathaz/

Bruthus – https://www.facebook.com/Bruthus-banda-155553955245615/

Attrachta – https://www.facebook.com/AttracthA/

 

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Palco do Rockfest (Scorpions)

Um dos eventos mais empolgantes do ano aconteceu no último sábado 21 de Setembro no Allianz Parque em São Paulo, o Rockfest.

Um tiro certeiro da Mercury Concerts, que levou quatro dos grandes nomes mundiais do Rock/Metal ao estádio do time do Palmeiras. Com uma estrutura bem montada e uma boa logística, mais de 40.000 pessoas puderam se divertir e curtir ao som de Europe, Helloween, Whitesnake e Scorpions.

Primeiramente anunciado com o Megadeth fazendo parte do cast, a banda teve que ser substituída pelos alemães do Helloween devido as condições de saúde de Dave Mustaine, vocalista e guitarrista do Megadeth. Uma excelente escolha já que o Power Metal do Helloween faz levantar qualquer um.

Seguindo a risca o horário, o Armored Dawn abriu a tarde de Sábado e conseguiu empolgar o público com suas músicas densas e vocal arrastado. A banda também homenageou o eterno maestro do Heavy Metal nacional, André Matos.

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Joey Tempest (Europe)

A primeira grande atração da noite foi o Europe, a banda composta por Joey Tempest (Vocal), John Norum (Guitarra), John Levén (Baixo), Mic Michaeli (Teclado) e Ian Haugland (Bateria), deu uma aula de Hard Rock ao público que já ocupava boa parte do estádio.

Com muita disposição, a banda iniciou seu set Walk The Earth e The Siege, ambas de “Walk The Earth” (2017), último de inéditas da banda. Público conquistado, era hora de uma das mais clássicas e contagiantes canções da banda, Rock The Night.

Sem deixar a poeira baixar, Tempest e companhia emendavam música atrás de música e na reta final não restou pedra sobre pedra com a sequência: Carrie, Superstitious, Cherokee e é claro, a atemporal, The Final Countdown. Antes do fim do show, Joey Tempest ainda deu uma volta no meio do público, impressionante como essa geração de bandas marcou e ainda marca tanto o público.

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Gerstner, Hansen e Weikath (Helloween)

Os próximos a subirem ao palco, foram os alemães do Helloween, que deixaram a produção de seu novo álbum para virem ao Brasil substituindo o Megadeth no Rockfest e Rock In Rio. Com um line-up dos sonhos para qualquer fã de Power Metal, a banda segue com a mesma estrutura da Reunion Tour, isto é, além de Andi Deris (Vocal), Sascha Gerster (Guitarra), Michael Weikath (Guitarra), Dani Loble (Bateria) e Markus Grosskopf, a banda continuará tendo em suas frentes a presença de Kai Hansen (Vocal / Guitarra) e Michael Kiske (Vocal).

Alguns ajustes no palco, uma rápida movimentação de equipamento e estava tudo pronto para a imensa festa, I’m Alive do icônico “Keeper Of The Seven Keys Part. 1”, foi o cartão de entrada seguida por Dr. Stein (“Keeper Of The Seven Keys Part. 2”), as músicas fizeram a cabeça dos presentes que agitaram do início ao fim, inclusive com as já tradicionais bolas laranjas, ou abóboras, como queiram, agitadas ao som da banda.

Deris e Kiske dividiam os vocais nas músicas, sempre brincando um com o outro e incitando a platéia, se mostravam bem a vontade com o grande público, aliás, a banda toda parecia estar se divertindo muito.

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Andi Deris (Helloween)

O quarteto de cordas estava afiado e com frequência iam pela passarela ao meio da platéia agitando ainda mais os presentes. Kai Hansen assumiu os vocais de Ride The Sky, assim como Deris em Power e Kiske em Future World.

Grandes bolas laranjas e pretas foram jogadas para o público que as devolviam vezes para o palco, vezes para as outras pistas fazendo com que todos participassem desta grande festa, nota máxima para o Helloween, que encerrou o show com I Want Out.

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David Coverdale (Whitesnake)

A noite já tinha se estabelecido quando o Whitesnake subiu ao palco ao som de Bad Boys (álbum, 1987), na véspera do aniversário de David Coverdale (Vocal), a banda se mostrou audaciosa e fez um set mesclando músicas novas as mais clássicas.

Acompanhando Coverdale, temos Reb Beach  (Guitarra), Joel Hoekstra (Guitarra), Michael Devin (Baixo), Tommy Aldridge (Bateria) e Michele Luppi (Teclado), os caras são mestres em seus instrumentos, além de conseguirem fazer uma enorme cama vocal para que Coverdale não caia em alguma armadilha.

Das novas canções fico com Shut Up & Kiss Me, que ganhou clip no lançamento do álbum “Flesh and Blood” (2019), maliciosa, com aquela pegada AOR que esperamos ver e ouvir do Whitesnake.

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Tommy Aldridge (Whitesnake)

Claro, os clássicos não faltaram, Love Ain’t No Stranger , Is This Love, Here I Go Again e Still of the Night estiveram presentes no set. O público curtiu e as luzes dos celulares foram acesas e levantadas a cada balada. Mágico.

Encerrando a apresentação, Burn, música inquestionável de Coverdale em seus tempos de Deep Purple. Era a cereja no bolo para uma grande apresentação que ainda teve um solo/duelo de guitarra e um solo de bateria de Tommy Aldridge que o termina com as mãos, surrando seu kit. Aí vem o lado fã falando mais alto, poderiam ter colocado mais 2 músicas e tirado os solos. Ok, lá vem pedra!

Fechando a noite, a instituição conhecida por Scorpions. Uma verdadeira lenda do Rock/Metal. Rudolf Schenker (Guitarra), Klaus Meine (Vocal), Matthias Jabs (Guitarra), Pawel Maciwoda (Baixo) e Mikkey Dee (Bateria), já estão quase empatados com Ozzy Osbourne em suas tentativas de aposentadoria. Sinônimo do que a banda representa aos fãs.

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Pawel, Rudolf, Mathias e Klaus (Scorpions)

Com um pano encobrindo o palco e uma animação nos telões, os dinossauros do rock entraram no palco… antes que alguém se ofenda, eu gosto de dinossauros, ao som de Going Out With a Bang, a banda mostrou disposição e não se fez de rogada ao ir direto para a galera.

Um momento marcante, ainda mais se tratando de antigos fãs, é o medley com músicas do início de carreira, muito rock n’ roll com doses de psicodelia e leve teor de crueza. As animações dos telões seguiam a vibe das músicas. Não tem como não balançar a cabeça ao som de Steamrock Fever, Speedy’s Coming e Catch Your Train.

Uma das coisas mais fantásticas de se ver é o “garoto” Mikkey Dee tocando bateria ao vivo, parece que pra ele o tempo não fez sentido, Mikkey ainda espanca como poucos seu kit, preciso e direto.

Mathias, Rudolf e Pawel correm e animam os presentes enquanto Klaus se esforça para atingir as notas altas. Momento ternura da noite, a execução acústica de Send Me An Angel, no mínimo promoveu arrepios, lágrimas e beijos.

Fechando a apresentação, tivemos o bis com o sucesso absoluto do Scorpions, Still Loving You com um pequeno flerte com a canção Holliday, com a emoção a flor da pele, era chegada a hora do golpe final, Rock You Like a Hurricane. O Allianz veio abaixo, apesar do set curto, o sentimento de êxtase era notado no rosto de cada pessoa presente.

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Klaus Meine (Scorpions)

Uma noite inesquecível para os fãs da boa música, é impressionante ver e ouvir um estádio inteiro cantando essas canções que sobrevivem ao tempo em um mundo em que hoje tudo é descartável. A organização com os acessos, estandes de camisas, funcionários educados, mantenimento do horário programado, iluminação e som, tudo bem redondo e preciso. Uma pena apenas os produtos com a marca Rockfest terem acabado tão rápido.

Que venha a próxima edição!

 

Europe Setlist: Walk the Earth / The Siege / Rock the Night / Scream of Anger / Last Look at Eden / Ready or Not / War of Kings / Hole in My Pocket / Carrie / Superstitious / Cherokee / The Final Countdown.

Helloween Setlist: I’m Alive / Dr. Stein / Eagle Fly Free / Perfect / Ride the Sky / A Tale That Wasn’t Right / Power / How Many Tears / Future World / I Want Out.

Whitesnake Setlist: Bad Boys / Slide It In / Love Ain’t No Stranger / Hey You (You Make Me Rock) / Slow an’ Easy / Trouble Is Your Middle Name / Guitar Duel / Shut Up & Kiss Me / Drum Solo / Is This Love / Give Me All Your Love / Here I Go Again / Still of the Night / Burn (Deep Purple Cover).

Scorpions Setlist: Going Out With a Bang / Make It Real / The Zoo / Coast to Coast / Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train / We Built This House / Send Me an Angel (Acoustic) / Wind of Change / Tease Me Please Me / Drum Solo / Blackout / Big City Nights / Encore: Still Loving You (with “Holiday” snippet) / Rock You Like a Hurricane.

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Cellar Darling no palco do Kubrick

Um ano após sua primeira passagem pelo Brasil, os suíços do Cellar Darling retornam ao Rio de Janeiro. Desta vez a banda veio para um show completo e divulgar o recém lançado álbum, “Spell”.

Com dois álbuns no currículo e sem se prender ao passado em seus tempos de Eluveitie, Anna Murphy (Vocals, Flautas, Teclados e Hurdy Gurdy), Merlin Sutter (Bateria), Ivo Henzi (Guitarras) e o baixista de apoio, Nicolas Winter, subiram com um belíssimo atraso ao palco do Kubrick, nova alcunha do Teatro Odisséia, agora sob nova direção.

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Merlin Sutter

A justificativa para o atraso foi dada pela produtora nas redes sociais e pela própria banda já no palco, um acidente de trânsito no domingo chuvoso.

Já que comentamos da chuva, o muitíssimo obrigado aos gestores da casa que abrigaram todos que estavam na fila no mezanino. Com os fãs sedentos por boa música, nem o atraso e a chuva foram motivos de desânimo.

A sonoridade do Cellar Darling remete um pouco a banda antecessora de seus integrantes, porém, a parte folk ganha mais destaque do que o peso, lógico que ele está lá, as vezes de maneira tímida, mas está.

A abertura do show coube a “Pain”, faixa que também abre o álbum de 2019, o já citado “The Spell”, as músicas são longas e apesar do set list ser um tanto quanto curto em número de músicas, não podemos falar o mesmo quanto aos ponteiros dos relógios.

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Ivo Henzi

Anna muito simpática com os fãs, exibindo grande carisma, conversou um pouco com o público e diversas vezes se mostrou intimidada com o calor dos fãs cariocas. O set seguiu com mais 5 músicas novas, acompanhadas pela maioria dos presentes, tirando sorrisos até do concentrado Ivo Henzi, que ainda deu apoio aos teclados.

Com muitos aplausos e cantoria, o pequeno público se mostrou enorme diante a banda, que embalou ainda Black Moon e Starcrusher, ambas do primeiro álbum lançado em 2017, “This Is The Sound”, seguidas por Fire, Wind & Earth, Challenge e Redemption, fechando assim o set regular.

A banda sai ovacionada pelos fãs e volta aos palcos para a execução de Six Days e a já clássica, Avalanche, a música que deve se tornar a eterna referência ao som dos suíços.

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Anna Murphy

Após a excepcional apresentação, completamente alinhada, com uma banda entrosada e muito certa do que quer fazer, os músicos ainda atenderam aos fãs que permaneceram no Kubrick com fotos e autógrafos. Prometeram voltar em breve e brincaram com o inverno do Rio. Uma aula de humildade de quem quer ir muito além.

 

 

 

Cellar Darling Setlist: Pain / Death / Love / The Spell / Insomnia / Freeze / Black Moon / Starcrusher / Fire, Wind & Earth / Challenge / Redemption / Six Days / Avalanche.