
Palco do Rockfest (Scorpions)
Um dos eventos mais empolgantes do ano aconteceu no último sábado 21 de Setembro no Allianz Parque em São Paulo, o Rockfest.
Um tiro certeiro da Mercury Concerts, que levou quatro dos grandes nomes mundiais do Rock/Metal ao estádio do time do Palmeiras. Com uma estrutura bem montada e uma boa logística, mais de 40.000 pessoas puderam se divertir e curtir ao som de Europe, Helloween, Whitesnake e Scorpions.
Primeiramente anunciado com o Megadeth fazendo parte do cast, a banda teve que ser substituída pelos alemães do Helloween devido as condições de saúde de Dave Mustaine, vocalista e guitarrista do Megadeth. Uma excelente escolha já que o Power Metal do Helloween faz levantar qualquer um.
Seguindo a risca o horário, o Armored Dawn abriu a tarde de Sábado e conseguiu empolgar o público com suas músicas densas e vocal arrastado. A banda também homenageou o eterno maestro do Heavy Metal nacional, André Matos.

Joey Tempest (Europe)
A primeira grande atração da noite foi o Europe, a banda composta por Joey Tempest (Vocal), John Norum (Guitarra), John Levén (Baixo), Mic Michaeli (Teclado) e Ian Haugland (Bateria), deu uma aula de Hard Rock ao público que já ocupava boa parte do estádio.
Com muita disposição, a banda iniciou seu set Walk The Earth e The Siege, ambas de “Walk The Earth” (2017), último de inéditas da banda. Público conquistado, era hora de uma das mais clássicas e contagiantes canções da banda, Rock The Night.
Sem deixar a poeira baixar, Tempest e companhia emendavam música atrás de música e na reta final não restou pedra sobre pedra com a sequência: Carrie, Superstitious, Cherokee e é claro, a atemporal, The Final Countdown. Antes do fim do show, Joey Tempest ainda deu uma volta no meio do público, impressionante como essa geração de bandas marcou e ainda marca tanto o público.

Gerstner, Hansen e Weikath (Helloween)
Os próximos a subirem ao palco, foram os alemães do Helloween, que deixaram a produção de seu novo álbum para virem ao Brasil substituindo o Megadeth no Rockfest e Rock In Rio. Com um line-up dos sonhos para qualquer fã de Power Metal, a banda segue com a mesma estrutura da Reunion Tour, isto é, além de Andi Deris (Vocal), Sascha Gerster (Guitarra), Michael Weikath (Guitarra), Dani Loble (Bateria) e Markus Grosskopf, a banda continuará tendo em suas frentes a presença de Kai Hansen (Vocal / Guitarra) e Michael Kiske (Vocal).
Alguns ajustes no palco, uma rápida movimentação de equipamento e estava tudo pronto para a imensa festa, I’m Alive do icônico “Keeper Of The Seven Keys Part. 1”, foi o cartão de entrada seguida por Dr. Stein (“Keeper Of The Seven Keys Part. 2”), as músicas fizeram a cabeça dos presentes que agitaram do início ao fim, inclusive com as já tradicionais bolas laranjas, ou abóboras, como queiram, agitadas ao som da banda.
Deris e Kiske dividiam os vocais nas músicas, sempre brincando um com o outro e incitando a platéia, se mostravam bem a vontade com o grande público, aliás, a banda toda parecia estar se divertindo muito.

Andi Deris (Helloween)
O quarteto de cordas estava afiado e com frequência iam pela passarela ao meio da platéia agitando ainda mais os presentes. Kai Hansen assumiu os vocais de Ride The Sky, assim como Deris em Power e Kiske em Future World.
Grandes bolas laranjas e pretas foram jogadas para o público que as devolviam vezes para o palco, vezes para as outras pistas fazendo com que todos participassem desta grande festa, nota máxima para o Helloween, que encerrou o show com I Want Out.

David Coverdale (Whitesnake)
A noite já tinha se estabelecido quando o Whitesnake subiu ao palco ao som de Bad Boys (álbum, 1987), na véspera do aniversário de David Coverdale (Vocal), a banda se mostrou audaciosa e fez um set mesclando músicas novas as mais clássicas.
Acompanhando Coverdale, temos Reb Beach (Guitarra), Joel Hoekstra (Guitarra), Michael Devin (Baixo), Tommy Aldridge (Bateria) e Michele Luppi (Teclado), os caras são mestres em seus instrumentos, além de conseguirem fazer uma enorme cama vocal para que Coverdale não caia em alguma armadilha.
Das novas canções fico com Shut Up & Kiss Me, que ganhou clip no lançamento do álbum “Flesh and Blood” (2019), maliciosa, com aquela pegada AOR que esperamos ver e ouvir do Whitesnake.

Tommy Aldridge (Whitesnake)
Claro, os clássicos não faltaram, Love Ain’t No Stranger , Is This Love, Here I Go Again e Still of the Night estiveram presentes no set. O público curtiu e as luzes dos celulares foram acesas e levantadas a cada balada. Mágico.
Encerrando a apresentação, Burn, música inquestionável de Coverdale em seus tempos de Deep Purple. Era a cereja no bolo para uma grande apresentação que ainda teve um solo/duelo de guitarra e um solo de bateria de Tommy Aldridge que o termina com as mãos, surrando seu kit. Aí vem o lado fã falando mais alto, poderiam ter colocado mais 2 músicas e tirado os solos. Ok, lá vem pedra!
Fechando a noite, a instituição conhecida por Scorpions. Uma verdadeira lenda do Rock/Metal. Rudolf Schenker (Guitarra), Klaus Meine (Vocal), Matthias Jabs (Guitarra), Pawel Maciwoda (Baixo) e Mikkey Dee (Bateria), já estão quase empatados com Ozzy Osbourne em suas tentativas de aposentadoria. Sinônimo do que a banda representa aos fãs.

Pawel, Rudolf, Mathias e Klaus (Scorpions)
Com um pano encobrindo o palco e uma animação nos telões, os dinossauros do rock entraram no palco… antes que alguém se ofenda, eu gosto de dinossauros, ao som de Going Out With a Bang, a banda mostrou disposição e não se fez de rogada ao ir direto para a galera.
Um momento marcante, ainda mais se tratando de antigos fãs, é o medley com músicas do início de carreira, muito rock n’ roll com doses de psicodelia e leve teor de crueza. As animações dos telões seguiam a vibe das músicas. Não tem como não balançar a cabeça ao som de Steamrock Fever, Speedy’s Coming e Catch Your Train.
Uma das coisas mais fantásticas de se ver é o “garoto” Mikkey Dee tocando bateria ao vivo, parece que pra ele o tempo não fez sentido, Mikkey ainda espanca como poucos seu kit, preciso e direto.
Mathias, Rudolf e Pawel correm e animam os presentes enquanto Klaus se esforça para atingir as notas altas. Momento ternura da noite, a execução acústica de Send Me An Angel, no mínimo promoveu arrepios, lágrimas e beijos.
Fechando a apresentação, tivemos o bis com o sucesso absoluto do Scorpions, Still Loving You com um pequeno flerte com a canção Holliday, com a emoção a flor da pele, era chegada a hora do golpe final, Rock You Like a Hurricane. O Allianz veio abaixo, apesar do set curto, o sentimento de êxtase era notado no rosto de cada pessoa presente.

Klaus Meine (Scorpions)
Uma noite inesquecível para os fãs da boa música, é impressionante ver e ouvir um estádio inteiro cantando essas canções que sobrevivem ao tempo em um mundo em que hoje tudo é descartável. A organização com os acessos, estandes de camisas, funcionários educados, mantenimento do horário programado, iluminação e som, tudo bem redondo e preciso. Uma pena apenas os produtos com a marca Rockfest terem acabado tão rápido.
Que venha a próxima edição!
Europe Setlist: Walk the Earth / The Siege / Rock the Night / Scream of Anger / Last Look at Eden / Ready or Not / War of Kings / Hole in My Pocket / Carrie / Superstitious / Cherokee / The Final Countdown.
Helloween Setlist: I’m Alive / Dr. Stein / Eagle Fly Free / Perfect / Ride the Sky / A Tale That Wasn’t Right / Power / How Many Tears / Future World / I Want Out.
Whitesnake Setlist: Bad Boys / Slide It In / Love Ain’t No Stranger / Hey You (You Make Me Rock) / Slow an’ Easy / Trouble Is Your Middle Name / Guitar Duel / Shut Up & Kiss Me / Drum Solo / Is This Love / Give Me All Your Love / Here I Go Again / Still of the Night / Burn (Deep Purple Cover).
Scorpions Setlist: Going Out With a Bang / Make It Real / The Zoo / Coast to Coast / Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train / We Built This House / Send Me an Angel (Acoustic) / Wind of Change / Tease Me Please Me / Drum Solo / Blackout / Big City Nights / Encore: Still Loving You (with “Holiday” snippet) / Rock You Like a Hurricane.