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Esse é o segundo livro escrito por Dave Mustaine, e embora isso soe meio errado, vocês já vão entender o porque.

Primeiro, o que tem que ficar claro é que Rust In Peace é o álbum que colocou definitivamente o Megadeth como um dos baluartes do Thrash Metal mundial. Não que seus três antecessores sejam ruins, pelo contrário, mas o momento era outro, e a qualidade apresentada aqui, também era outra.

Além disso, a identidade criada aqui perpetuou significativamente em mais dois clássicos: “Countdown To Extinction” e “Youthanasia”.

Rust In Peace foi lançado em 1990 e o livro aqui citado foi lançado em 2020, em comemoração aos 30 anos de seu lançamento. No mercado brasileiro, o livro foi lançado pela Editora Belas Letras, em dois, diremos, formatos. O primeiro trazia o livro propriamente dito, já o segundo se tratava de um kit (edição limitada) com livro, marcador de página, pôster e camisa.

Embora seja creditado a Dave Mustaine e o escritor e crítico musical Joel Selvin, o livro se trata de uma espécie de bate papo entre vários personagens que circundam o nome Megadeth. Então temos depoimentos e relatos de Dave Mustaine (Vocal e Guitarra), David Ellefson (Baixo), Marty Friedman (Guitarra), Chuck Behler (Bateria)…

Pausa para uma rápida observação: Chuck Beller não gravou Rust In Peace, e sim Nick Menza, que era seu roadie, e o substituiu na banda. No entanto Nick faleceu em 2016 durante uma apresentação da banda Ohm, com 51 anos e o laudo do legista apontou como causa morte, problemas no coração.

… empresários, engenheiros de som, produtores, seguranças, padrinhos do AA/NA, o guitarrista Slash, ex-namoradas, além da esposa de Dave, (Pam Mustaine) e outras figuras próximas a banda.

O livro possui 200 páginas e a história se inicia nos últimos shows da turnê do álbum “So far… So good… So what!”, contando como os problemas com drogas afetavam negativamente a banda, trazendo transtornos durante shows na Europa.

Alguns comentários são contraditórios no decorrer do livro, algumas passagens chegam a ser surpreendentes de como esses músicos conseguiram criar essa obra prima em meio ao redemoinho de emoções e problemas em que se encontravam.

As inspirações para as músicas são das mais variadas: Quadrinhos da Marvel, guerra religiosa na Irlanda, guerra nuclear, teoria da conspiração… tudo bem explicado por Mustaine.

Clínicas de reabilitação, excessos, ego e muita cocaína também fazem parte dessa história. E, pasmem, um dos maiores problemas que a banda enfrentou foi a sobriedade, pois parece que ao deixar de focar nas drogas, focaram no dinheiro e isso gerou uma guerra por cifrões.

O livro termina em um desejo de retorno da antiga formação, mas claramente não efetuada devido ao ego, e a contratação dos membros que passariam pela banda após essa tentativa fracassada. Só pra situar os perdidos de plantão, hoje a banda conta com Mustaine, Ellefson, Dirk Verbeuren (Bateria) e o brasileiro Kiko Loureiro (Guitarra).

O livro é bem escrito, a linguagem é simples, a edição traz pouquíssimos erros de português. As fotos de época da banda também são muito bacanas, além de nostálgicas. Com um pouco de boa vontade, em poucos dias você devora o livro.

Pra mim, os únicos pontos negativos são: a falta de qualquer tipo de citação feita por Nick Menza. Claro, ele é lembrado o tempo todo, mas não ter uma palavra dita por ele (como um trecho retirado de uma entrevista de época), deixou um sentimento de tristeza. Outro que não foi ouvido foi o artista que criou a capa de Rust In Peace, Ed Repka, famoso pelas ilustrações de terror e capas de diversas bandas no meio do Heavy Metal.

A capa é tão icônica, que deve fazer todo espectador dos programas de teoria da conspiração do History Channel ficar de cabelo em pé. Vai lá, procura o disco, dá uma conferida não apenas na capa, mas no conteúdo e se quiser saber mais, leia o livro.

Altamente recomendado!

A Editora Estética Torta está trazendo ao mercado brasileiro as obras do croata Stjepan Juras. Será uma coleção de 20 livros sobre a banda britânica Iron Maiden. Os livros tratam não apenas dos álbuns da Donzela de Ferro, mas também de seus integrantes, letras e inspirações.

Neste último, podemos destacar o livro, “Iron Maiden Para Crianças”.

Confesso, estava muito curioso em ler este livro!

O livro foi lançado originalmente em 2016, e a edição brasileira só saiu em 2020. A nossa edição conta com 124 páginas com curiosidades abordadas nas letras da banda. Cada curiosidade tem duas páginas e traz ilustrações do também croata Luka Valkovic, assim como uma breve explicação do tema, uma curiosidade da banda e um versinho. A faixa indicada para leitura é a partir de 7 anos, o que pode gerar algumas controvérsias.

O livro é uma rica fonte de informações sobre fatos curiosos como: “Quem foi Alexandre, O Grande?”, “Quem é o famoso personagem da Transilvânia?”, “Quem foi Gengis Khan?”, “O que foi a Batalha de Paschendale?”, “Onde fica Montségur?” e se você não sabe o que é uma “Donzela de Ferro”, você vai encontrar a resposta nesse livro.

Alguns temas podem soar pesados, mas claro, se você é um pai, mãe, enfim, um parente zeloso e participativo na vida do pequeno leitor, você estará presente e poderá tirar algumas dúvidas e/ou escolher os temas mais adequados. A linguagem utilizada é bem simples e agradável, as ilustrações tem um certo tom de aquarela, bem no estilo utilizado em livros infanto juvenis.

Outros livros já lançados da coleção são “The Number Of The Beast” e “Somewhere In Time”. Tratando de lançamentos futuros, serão lançados os livros “Powerslave” e “The Rime Of Ancient Mariner”, esse segundo, uma obra escrita pelo autor inglês, Samuel Taylor Coleridge, e que dá nome a uma das mais épicas canções do Maiden.

Para jovens e adultos fãs ou não de Heavy Metal. Conhecimento nunca é demais.