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Cobra 1981: “Vol. 1” Review

Publicado: 03/03/2024 por Pedro Mello em News, Resenhas CD's
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A banda finlandesa Cobra 1981 fundada em… um doce para quem adivinhar, 1981. Lançará no próximo dia 23 de Marrço seu primeiro álbum de estúdio intitulado Vol.1.

Esperar 43 anos para lançar um debut não é algo tão normal, mas nas palavras da banda: “…ninguém nunca definiu que se você tem mais de 60 anos você não pode começar uma carreira musical em uma banda de heavy metal”.

E a gente achando um absurdo os 15 anos entre Spaghetti Incident e o lançamento do Chinese Democracy do Guns and Roses.

Originalmente a banda se chamava apenas Cobra, a banda adicionou o 1981 em homenagem a sua fundação algum tempo depois. As influências da banda variam entre Black Sabbath, Thin Lizzy e Motörhead.

Mas vamos lá, o membro mais novo da Cobra 1981, acaba de completar 50 anos. Os senhores ousados que fazem parte deste lançamento são Juha Sippola (Guitarras), Asko “Azzy” Ylinen (Vocais), Jukka Laitila (Guitarras), Reijo Hakola (Baixo) e Seppo Patteri (Bateria).

Antes do lançamento deste debut a banda já tinha disponibilizado dois singles, Vanha kuoma (2023) e Yön salamat (2024). Pelos títulos você já percebeu que usam o finlandês em suas letras.

O som do Cobra 1981 é calcado no Heavy Tradicional (NWOBHM). As músicas são bem enérgicas e se vovê tiver familiaridade com o idioma vai cantar junto facilmente, algumas são bem grudentas.

“Vol.1” conta com 10 músicas com boa ambientação sonora, guitarras afiadas e um vocalista que serve bem a sonoridade da banda. Eles não estão reinventando um estilo e aparentemente nem querem isso, é um grupo de músicos fãs de Metal fazendo um belo álbum com base em seus gostos musicais.

Segundo o release da banda, algumas das canções já possuem 40 anos, outras são um pouco mais recentes. Só as baladas que eu não curti tanto, mas isso é meu gosto pessoal falando. A produção de todo material é muito bem executada.

Se você quer ouvir algo amigável, sem dar muita chance para erros, em um idioma não tão comum, enquanto descansa a cabeça em um fim de semana, esse é o álbum.

“Dimensional Convergence” (2023) é o quinto álbum do Stratosphere Project, projeto capitaneado pelo guitarrista carioca Flávio Brandão, e o primeiro adjetivo que me veio a cabeça foi, “insano”.

Muitas vezes falo que não devemos nada as bandas gringas, e o Stratosphere Project é mais uma prova disso. A começar pela excepcional parte gráfica, uma capa bem elaborada criada pelo designer Fabio Driusso e a parte interna criada por João Duarte. Tudo na mais perfeita sintonia.

Como o título do álbum sugere, o tema abordado é a convergência dimensional, que é em poucas palavras, um vasto número de dimensões existindo ao mesmo tempo caminhando para um ponto em comum.

Stratosphere Project é praticamente uma “one man band”, tendo Flávio Brandão como guitarrista, baixista, nessa segunda função ele apenas não a exerce em The Observer’s Gaze e The Spacetime Continuum, tecladista e claro, compositor.

Neste trabalho, Flávio contou com nada mais, nada menos do que, pasmem, 20 convidados. E sim, vamos listar todos eles aqui:

Vocalistas: Mario Kohn, Kaka Campolongo, Ariel Coelho, Gus Castro, Aldeir Donovan, Raphael Dantas, Ricardo Janke e Rodrigo Ninrod;

Baixistas: Leandro Abrantes e Anderson Sherman;

Guitarristas: Paulinho Bahiense, Vandré Nascimento, Leandro Saraiva, Caio Kehyayan, Cláudio Mendes, Bruno Sena e Marvin Portello;

Tecladistas: Charles Soulz e Fernando Nabhan;

Baterista: Alessandro Kelvin.

Agora sem mais delongas vamos a música. O álbum conta com oito faixas e duração de pouco mais de 34 minutos e tem como base o Power Metal.

“Dimensional Convergence” é um álbum que passeia por todas as nuances do Power Metal e acredito que justamente essa diversidade deixa o álbum gostoso de se ouvir e temos a sensação de que o tempo passa muito rápido.

É como se você ouvisse uma playlist com o que de melhor o estilo já produziu. Cada música é única, as influências são perceptíveis, Hammerfall, Helloween, Gammaray, Stratovarius… só para citar algumas. De qualquer forma, “Dimensional Convergence” não soa a mesmice que nos é empurrada constantemente.

Não espere nada menos do que grandes performances aqui. Todos os convidados executam perfeitamente suas funções, cada um com sua característica própria em prol de um resultado de excelência. Escolher um ou outro como destaque é simplesmente uma questão de gosto particular. Vocalistas de altíssimo nível, um instrumental poderoso com solos vigorosos e uma cozinha muito bem cadenciada.

Parabéns ao Flávio pela, por que não, ousadia, por essa obra prima do Power Metal nacional. Com certeza será mencionado como um álbum icônico e referência do estilo.

Se sua praia é Heavy Tradicional, Melódico, Power, pode ouvir sem medo. Ouça em:

Pedro Mello

“Love – Hope – Hate – Despair” (2023) é o sucessor do álbum auto intitulado da banda Fenrir’s Scar lançado em 2017.

A banda originada em Campinas (SP) é formada por André Baida e Desireé Rezende. A produção, piano e solos de guitarra ficaram por conta de Fabiano Negri e a bateria a cargo de Icaro Ravelo.

“Love – Hope – Hate – Despair” cumpre o que o título promete, uma tormenta de emoções com letras maduras, peso e melodia unidos de forma única e surpreendente. Os seis anos que separam o debut deste novo registro foram muito bem utilizados para o amadurecimento da banda. Um álbum que vai te encantar e prender na primeira audição.

As raízes da Fenrir’s Scar permanecem no chamado Gothic Metal, mas dessa vez com uma dose extra de peso fazendo com que o duo desse um passo a frente e concretizasse ainda mais sua própria identidade ao longo das 13 faixas apresentadas.

É um trabalho coeso mas com várias nuances e detalhes que pedem certa atenção ao ouvinte. Ainda mais porque o material é bem emotivo e com certeza a cada audição vamos nos sentir mais ou menos conectados a alguma canção, tornando difícil a escolha de algum destaque específico.

Entregue-se e ouça “Love – Hope – Hate – Despair”. Você não irá se arrepender e logo estará cantando junto com a banda.

Para conhecer mais sobra a banda, acesse:

Pedro Mello

“Human Vs Machine” é o segundo trabalho solo do guitarrista Marcelo Souza.

O músico já contribuiu para a banda Attomica e possui um instituto musical no interior de São Paulo, mais precisamente, em Taubaté.

“Human Vs Machine”, conta com um trabalho gráfico belíssimo, e o título abre um grande leque de possibilidades para interpretações. Ao todo são dez faixas apresentadas, sendo oito instrumentais e duas com vocais. Juntamente com Marcelo estão o baterista Argos Dankas, o baixista Lucas Barbosa, e nas faixas contendo vocais, o mestre, Mário Pastore.

O álbum abre com “Duel Of Serpents”, e o que ouvimos aqui é uma sonoridade bastante orgânica e que em nenhum momento soa enjoativa. Um excelente tema para iniciar o álbum. Com uma mensagem forte, a faixa título, “Human Vs Machine”, é a primeira com vocais, e soa como uma clássica obra de Heavy Metal. A banda funciona muito bem, e Pastore como sempre, cantando horrores.

“Take A Chance” e “Secret Code” dão prosseguimento ao álbum e trazem uma vibe Satrianesca, mas obviamente, com a personalidade de Marcelo.

“Stronger” nos traz de volta os vocais de Pastore, desta vez, a faixa inicia com um belo dedilhado de violão, mas depois ganha peso, soando mais como um Hard N’ Heavy. Em alguns momentos me lembrou um pouco “The Price” do Twisted Sister, só que um pouco mais pesada.

“High Tension”, tem uma pegada diferente, e mostra uma outra faceta de Marcelo, desta vez o Fusion se torna mais presente. “Artificial Intelligence” é um tema bonito e curto, que serve quase como uma introdução para “Dangerous Game”.

“74′ White Maverick” traz a participação de uma lenda nacional das guitarras, Luiz Carlini. Pra quem não sabe, Carlini foi o fundador da banda Tutti Frutti, que acompanhou Rita Lee por longos anos. A música é um rock estimulante e mais uma vez muito bem executado.

O álbum se encerra com “Tomorrow”, mais uma faixa curta, com um exímio dedilhado de violão e muito sentimento.

Mesmo não sendo um aficionado por álbuns instrumentais, após a audição das dez faixas, fica um gosto de “quero mais”. Você começa a ouvir, e não nota o tempo passar. Marcelo fez a guitarra trabalhar em prol da musicalidade, esbanjando técnica e feeling. A escolha dos músicos que o acompanha também foi um grande acerto, Argos e Lucas promovem uma cozinha consistente e empolgante. E o que falar de Mário Pastore? O cara é um monstro.

Se você quer conhecer e viajar pelos caminhos da guitarra, este é o álbum ideal. Marcelo conseguiu em um álbum demonstrar as várias faces de seu instrumento, faixas coesas e muito bem interligadas, sem soar como um exercício megalomaníaco, como outros músicos por aí fazem. Altamente Indicado.

Faixas: 01. Duel Of Serpents / 02. Human vs Machine (com Mario Pastore) / 03. Take A Chance / 04. Secret Code / 05. Stronger (com Mario Pastore) / 06. High Tension / 07. Artificial Intelligence / 08. Dangerous Game / 09. 74′ White Maverik (com Luiz Carlini) / 10. Tomorrow.

Pra conhecer mais do trabalho de Marcelo Souza, acesse:

www.marcelosouzagt.com.br

https://www.facebook.com/marcelosouzaguitar/

https://www.instagram.com/marcelosouzagt/

youtube.com/channel/UCI0dA-SgwHS4wYwIUQ-vshw

O Buaiteoir surgiu em 2013 em Pernambuco, fruto da mente do vocalista e multi instrumentista brasileiro João Andrade.

Já em seu ano de estréia, a banda apresentou a demo “Darvaza”, o primeiro passo para o lançamento do EP “Tionscnamh” em 2014. O EP teve resposta bem positiva da mídia e em 2017 foi a vez do single “Caoineadh“.

Agora, após quatro anos de pausa, o Buaiteoir retorna com novidades. A banda disponibiliza dois singles, “Among The Dead (Battle of Tabocas)” e “Sweet Lie of a Bitter Sooth”, preparando o terreno para o debut álbum “Helianthus”.

“Helianthus” conta com oito faixas, iniciando com “Tionscnamh”. A faixa possui um belo coro, melodia suave e flautas, seguida por “Buaiteoir’s Song” mantendo a atmosfera épica com uma presença maior de vocais rasgados, quase uma narrativa hipnótica.

Na sequência temos “Suaimhneas Siorai – RIP”, com uma letra forte, alternâncias de passagem, densa como se faz necessária. “Buaiteoir” possui um baixo marcante e uma letra mais otimista, e não poderia ser diferente, já que Buaiteoir significa “Vencedor” em irlandês. “Dreizehnter Oktober” possui peso mais evidente, contrapondo com o início de “Reblossom”.

Finalizando a obra temos as faixas “January 30th 2014”, que mantém as características apresentadas durante o álbum e “Helianthus”, uma breve narrativa com toque atmosférico.

A obra do Buaiteoir é algo difícil de ser descrita. As letras são tão diversas quanto os instrumentos utilizados. A mescla dos elementos típicos do Black Metal, com coros e instrumentos eruditos como bandolim, bodhrán, fiddle, flautas e hurdy gurdy é feita com maestria e provavelmente vai tocar cada ouvinte de uma forma diferente. Mesmo assim, todo o álbum é muito bem entrelaçado, coeso, tudo ordenado e pensado por João Andrade.

Um álbum imbuído de vários sentimentos e que com certeza agradará não só aos ouvintes de música pesada, como aos que procuram algo a mais para refletir. Tem muito a ser explorado aqui. O álbum atualmente está sendo disponibilizado no formato digital, e se tudo correr adequadamente, em 2022 ganha o formato físico.

Faixas: 01. Tionscnamh / 02. Buaiteoir’s Song / 03. Suaimhneas Siorai – RIP / 04. Buaiteoir / 05. Dreizehter Oktober / 06. Reblossom / 07. January 30th 2014 / 08. Helianthus

Para ouvir e conhecer mais sobre a banda acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=Quqt_Ia7C8o

https://onerpm.link/310485466663

www.buaiteoir.com

A Dark Asylum surgiu em 2003 com a proposta de fazer boa música e divertir o público. A banda foi idealizada por Aparício “Dark” Neto no vocal, e contava inicialmente com Leonardo “Babyface” e Vilmar “The Teacher” Gusbeti nas guitarras e Jonas “Devil Son” Torres no baixo.

A banda participou de vários festivais de renome e entrou em estúdio (Marquise 51) em 2007, onde gravou dois EPs. Após a gravação, a banda se diluiu, por uma série de motivos, e deixou um vazio muito grande nos fãs e em Aparício. Este vazio fez com que o vocalista reativasse a banda depois de treze anos, recrutando os guitarristas “William “The Axe Murderer” Leite e Ângelo “Angel Of Death” Gobbi e o baixista John “Doomslayer” Xavier. Um fato curioso é que a Dark Asylum nunca possuiu um baterista fixo, mesmo hoje com uma reformulação quase que total da banda.

Celebrando o passado e inaugurando uma nova fase, Aparício lança então “Deep In The Madness”, EP com 5 faixas, que conta com a formação inicial da banda e o baterista Everson Krentz. A proposta do EP é bem interessante e convidativa, “e se existisse um lugar, …, um hospício sombrio, feito de puro Heavy Metal e erigido por um semideus metálico…?”. Essa é a história por trás de “Deep In The Madness”.

O trabalho artístico da capa ficou a cargo de Gunther Natush e me remeteu muito a explosão de quadrinhos nacionais ocorridas em meados da década de 90, e particularmente gostei bastante. A arte tem vários detalhes espalhados com pistas sobre as influências da banda, um deleite para os fãs de Heavy Metal. A produção ficou a cargo de André Brasil.

Desta vez vou direto ao ponto. Não tem como você não mover o pescoço ouvindo “Deep In The Madness”, só consigo imaginar o caos, no bom sentido, que deve ser isso ao vivo. São quatro músicas com um alto nível de qualidade e sonoridade. Tudo coeso e ligado ao conceito do álbum.

Não tem como falar que alguma faixa se destaca, é Heavy Metal em sua essência, com ótimos riffs, com uma pegada forte, ótima cadência. Os solos fazem sentido nas músicas e não é só um exercício de ioga, ou yoga, o que você preferir, do guitarrista. O trabalho rítmico do baixo e bateria é matador e o vocal tem a entonação correta para a urgência que cada música pede.

Feito por amantes do Heavy Metal e indicado para todo apaixonado e ensandecido fã de Heavy Metal.

Para saber mais sobre a Dark Asylum acesse:

https://www.instagram.com/darkasylumofficial/

https://www.youtube.com/user/deepinthemadness

Criada em 2013, inicialmente com o propósito de ser uma banda cover da Adrenaline Mob, a Psychosane decidiu ir além e apostar em um trabalho autoral.

Em pouco tempo a banda lança seu primeiro single, “Road” (2015). A música já mostra o direcionamento da banda em fazer um som pesado mas bem unido às melodias. “Road” é um som pra cima, desses que faz você cantar junto e bangear. É um trabalho muito acima da média em termos de produção.

Em 2018, a banda conta com os membros fundadores, Robertto Jean (Bateria) e Marcelo Seabra (Vocal), acrescidos de Pedro Silva (Guitarra) e Julio Salotti (Baixo) e iniciam a produção de seu primeiro EP, “Laws Of Aggression”, que viria a ser lançado em 2019.

A produção e mixagem do material ficaram por conta de Romulo Ramazini Felicio, do Under Studio, e o cara fez um ótimo trabalho. A arte ficou a cargo do batera Robertto Jean, peça fundamental no conceito e composição do álbum.

O registro abre com a curta introdução “Bordello’s Hell”, que se conecta a “Aggression”, música pesada para agitar a galera (ao vivo deve ser a responsável por várias rodas). “Hellhound” é mais cadenciada, tem um toque épico, som denso, com refrão marcante, e em pouco tempo você está cantando junto.

“Purgatory” tem um pé bluesy, que alterna a agressividade nos vocais com instrumentações melódicas, como todo blues pesado. A faixa apresenta uma bela linha de baixo. “To The Devil” é uma faixa curta, com pouco mais de 2 minutos e meio, e que volta a apresentar uma sonoridade mais direta, assim como “Caused by You”, que fecha o registro com maestria.

Apesar de ter iniciado sua trajetória como uma banda cover, a Psychosane soube se desvincular bem de sua maior inspiração e desenvolveu uma identidade própria bem forte. A banda faz um som pesado, com boas doses de melodia, o que dificulta escolher um rótulo, e que particularmente acho excelente.

A banda soa visceral, sabendo balancear as sonoridades, sendo mais direta ou mais melódica quando se é necessário. Apesar das mudanças ocorridas na banda, os músicos mostram um bom entrosamento e tudo funciona como uma máquina bem calibrada. Todo o material possui um alto padrão de qualidade, e vamos ficar aguardando entusiasmados pelo full lenght.

Indicado para todos os fãs de Heavy Metal, sem exceções. Pra conhecer mais sobre a banda acesse:

Spotify – Listen

Soundcloud – Listen

Youtube – Listen

Apple – Listen

Deezer – Listen

Google – Buy

Amazon – Buy on CD/DVD

Jaeder Menossi: se você não conhece o nome, talvez conheça a banda Pop Javali, hoje, Javali. Se mesmo assim você não sabe do que estou falando, é simplesmente uma banda que causou um imenso furor no underground e que fora colocada no mesmo patamar musical do Dr. Sin. Continuando, Jaeder é guitarrista e fundador da Javali e não por acaso, Jaeder acabou tocando com os irmãos Ivan e Andria na banda Busic.

Jaeder Menossi Interstellar Experience é o primeiro álbum solo do guitarrista e se trata de um álbum conceitual, nas palavras do próprio Menossi, “uma viagem até Netuno em busca de si mesmo”. A obra foi gravada no Pepperstudio (Nova Odessa/SP) e contou com produção de Rodrigo Barros.

Acompanhando o guitarrista estão os músicos Loks Rasmussen (bateria), Rodrigo Barros (baixo) e Jere Nery (vocais). A arte da capa é assinada por João Duarte.

A primeira das 12 faixas que compõem o registro é “Countdown/Release”, que já começa mostrando toda a virtuose de Menossi. A música conta com uma variação interessante de temas, todos os instrumentos estão audíveis e isso é muito bom.

“Andromeda” é a primeira faixa que conta com os vocais rasgados de Jere; a música é um Hard n’ Heavy, bom de se ouvir. “Space Pirates” segue com a mesma proposta da faixa anterior, porém com um pouco mais de peso, o solo é bem inspirado.

“Jupiter Moons” é um tema instrumental bem viajante, sem soar enjoativo. “Starshade pt.1” é um curto e ótimo tema instrumental com detalhes que farão os fãs de sci fi pirarem. “Starshade pt. 2”, que marca o retorno dos vocais, é a faixa de trabalho da banda e conta com um videoclipe.

“Saturn Rings” tem um início mais cadenciado e é mais uma faixa instrumental que te proporciona viajar. “Point Of No Return” tem uma veia mais pesada, mais metal, pro meu gosto particular, uma das melhores do álbum. “Travel To Neptune” mantém a pegada instrumental anterior.

Fechando a viagem, temos a pesada e quase instrumental, “Out Of The Sun’s Range”, seguida por “Regretless”, que traz uma sonoridade um pouco mais emotiva.

No todo, a sonoridade do registro é bem agradável, fugindo do estereótipo de disco de guitarrista voltado ao egocentrismo. A sonoridade é bem orgânica, os instrumentos bem audíveis e condiz com o tema e a proposta sugerida. A banda é entrosada, fruto das experiências passadas entre os músicos.

Existem alguns riffs e passagens tão legais que certamente dariam desenvolvimento a músicas inteiras. E se essa foi a viagem de ida, esperemos o retorno, ou não, já que Jaeder pode ir além.

Jaeder Menossi Inrestellar Experience foi lançado pela Heavy Metal Rock e pode ser adquirido aqui. Indicado para os amantes da guitarra e ouvintes em busca de um som experimental e viajante.

“Tales from the city – Part 1″ ” é o mais novo trabalho da banda The Anger. E com o novo álbum, uma nova formação.

Neste registro, temos a inclusão de Aivan Moura (Vocal e Teclado) que se junta aos músicos Fábio Moysés (bateria) e Rafael Orsi (Vocal, Guitarra e Baixo).

“Tales from the city – Part 1” apresenta em 10 canções o retrato dos males da sociedade em que estamos vivendo nos dias de hoje. São retratados temas como pobreza, repressão, falta de empatia, relacionamentos descartáveis, egoísmo, corrupção, compulsão pelo trabalho, entre outros.

A ilustração da capa criada por Marina Gonçalves e Kell Candido, casa bem com o conteúdo do álbum e é digna de uma versão em 12″.

O álbum inicia com o surpreendente blues, “Mr. Nobody”. A música pavimenta o caminho para as faixas “Ghosts” e “Kick All The Asses”, que vão aumentando a cadência e o peso até chegar em um hard rápido e nervoso em “Silence Is Shame” e “Fire Burns Tonight”, que ao vivo não trará quietude aos pescoços alheios.

Chegando ao meio do registro já fica clara a diversidade explorada pela banda. O álbum segue com “I Walk Alone”, e “Take Me Back”. A faixa é um hard bem melódico com aquele refrão pegajoso, no bom sentido, para se cantar junto.

O peso retorna em “Vote For Me”. “Unstoppable Power Of Nature” traz uma guitarra maliciosa e “Loosing My Beliefs” fecha o álbum com uma atmosfera quase gótica.

Antes do parecer final, vale lembrar que a banda conta com participações especiais de Simone Santos e Yuri Simões nas faixas “Silence Is Shame” e “Fire Burns Tonight”, respectivamente.

“Tales from the city – Part 1” é um álbum denso, diversificado. Cada música retrata o tema abordado em uma sonoridade e ambientação que a banda achou mais adequada. Não é uma coisa fácil, mas o The Anger fez com maestria. “Tales from the city – Part 1” fará o ouvinte viajar por melodias que irão do blues ao hard rock visceral, notará toques de Pop, Metal e até mesmo Gótico.

Indicado para quem tem a mente aberta e não tem medo de experimentar.

Para conferir o material da banda e tudo isso que falamos , acesse:

https://linktr.ee/theanger?fbclid=IwAR20UtYY_3aLSho3zCPT-lfYeDfjlIOzeComOZ7FwIdP7YijTrYhfSCRq6k

Morthur - Between the Existence and the End.png

Mais uma excelente banda de Death Metal vinda do Sul do Brasil.

O Morthur foi formado em 2013 e seu full lenght foi lançado em 2017, e é dele que vamos tratar agora.

Com uma excepcional arte gráfica e produção primorosa. O Morthur honra seus ouvintes com nove petardos violentos nos trazendo referências de aclamados nomes do Death mundial, como por exemplo o Morbid Angel e doses um pouco mais modernas de bandas como o Behemoth.

Os responsáveis por tal feito são Marco Antonio Zanco (Baixo), André Cândido (Bateria) e Jeferson Casagrande (Guitarra / Vocal). Riffs certeiros, cozinha cadenciada, momentos de extrema agressividade para fazer o ouvinte desprender a cabeça do pescoço.

Difícil destacar algo em um disco tão coeso. Mas vou citar duas que me chamaram mais atenção, Immortals e Warlock Of The Underworld. Between The Existence And The End é um excelente registro da música pesada sulista. Recomendo a quem curte um som sem frescura e brutal. Nota: 09.

Faixas:

01 – Intro
02 – Immortals
03 – From Life to Death
04 – Mortal Desire
05 – Warlock of The Underworld
06 – Demonized
07 – Extremely Against The World
08 – Living Blasphemia
09 – Alien Tombs