
O ano de 2016 será um ano para os bangers cariocas guardarem na memória. Se antes havia a reclamação de que eventos não eram realizados na cidade, 2016 mostrou o potencial para o Rock e suas vertentes. Nomes consagrados, bandas clássicas, novos nomes emergentes, bandas cariocas de qualidade surgindo, tudo isso abrilhantou o ano.
Mas a chamada “cereja do bolo” ainda está por vir. No mês de Novembro (dias 05 e 06), acontecerá o Rio Rock Festival: Hell In Rio. O Terreirão do Samba (Centro-RJ) será invadido pelo bloco da “camisa preta” e consolidará que o Rio, é sim, uma cidade Rock.
Conversamos com o produtor Eduardo Chamarelli sobre a confecção do evento, atrações e lógico… o cast matador do evento. Confira a mais esta exclusiva.
Bem, o Hell In Rio provavelmente é o maior festival dedicado ao Rock pesado e Heavy Metal que a cidade já abrigou. Como foi o desenvolvimento dessa idéia?
Se considerarmos um festival desse porte com bandas nacionais, sem dúvida este é um dos maiores do Brasil. A ideia nasceu da vontade de mudar a cara das coisas. Hoje está tudo com o mesmo formato, as mesmas bandas, o mesmo preço, os mesmos locais, o mesmo público. Ou são shows nas casas já tradicionais ou festivais gigantes, caros, que não tem o metal nacional como foco. Queríamos mudar isso, tirar a galera da zona de conforto, levar o rock para lugares onde o público não está acostumado.
Outra vontade era de que os fãs produzissem o festival junto com a gente. Fizemos uma consulta na página da rede social do evento onde mais de 20 mil pessoas sugeriram mais de 200 bandas. Dessas sugestões saiu nosso Line Up. Perguntamos ainda qual seria o valor justo para o ingresso de um grande festival, e o menor preço sugerido no período da pesquisa foi R$ 80. Lutamos muito para poder manter este valor, ajustando à ideia da meia social, com doação de 1kg de alimento. Mesmo assim, querendo melhorar, estamos vendendo o passaporte para os 2 dias a R$ 120,00 no primeiro lote.
Existiram muitos entraves burocráticos?
O mais difícil foi conseguir um local para o evento na data que queríamos por conta do calendário olímpico na cidade. Isso acabou jogando o festival mais para o final do ano.
Mas a ajuda da RioTur e da Associação dos Barraqueiros do Terreirão do Samba foi fantástica. Mesmo com a olimpíada vimos muita boa vontade deles em ajudar o evento a acontecer.
Serão dois dias de música no Terreirão do Samba. Como se deu a escolha do local, visto que é uma área historicamente voltada a outros estilos musicais e eventos?
Um dos shows mais famosos que produzimos foi o Kreator, em 92, na quadra da Estácio de Sá, e foi uma experiência que entrou para a história do RJ. No Rio aconteceram shows fantásticos em locais inusitados. Daí a ideia do Terreirão do Samba, que é um lugar fantástico e com uma estrutura maravilhosa, cravado no centro do Rio de Janeiro. Com acesso fácil vindo de qualquer lugar do mundo! Vemos muitos eventos grandes em São Paulo com este formato em lugares como o Sambódromo de lá.
Fugindo de qualquer tendência mais comercial, o cast do Hell In Rio só contará com bandas nacionais. Como chegaram a esta decisão?
Primeiro que o Rio Rock Festival – HELL IN RIO não nasceu para ser apenas um festival, mas para definir um novo conceito. Queremos incentivar as bandas, cariocas e de outros estados, a fazer rock. Movimentar e fomentar a cena cultural. Isso aconteceu muito bem na época de nascimento do Circo Voador. Todo mundo queria tocar ali. Acreditamos nisso e queremos valorizar de fato o que temos de bom no país. Este cast que montamos conta com as melhores bandas do país na atualidade e ainda abriu espaço para grandes revelações. A nova geração sofre com um paradoxo que é ter informação em excesso, mas buscar de forma cada vez mais superficial se aprofundar nas coisas. Queremos envolver esse público, faze-los participar e se envolverem com a cena. Quanto às bandas gringas todo mundo adora, chama a atenção para o evento, mas não era a nossa prioridade neste projeto. Nossa prioridade é mostrar que podemos fazer um festival gigante sem nenhum nome de fora, mostrar que temos nomes tão grandes quantos os das bandas gringas. E acredito que temos até melhores!!!
Quanto a ir contra as tendências comerciais isso não se resume só com o line up. O preço do ingresso se fosse pra ser “comercial” seria, no mínimo, o dobro. Implantamos o ingresso social onde a pessoa doa 1 kh de alimento e paga meia entrada. A bebida será tabelada com valor baixo, nada de preço desses grandes festivais que cobram uma fortuna por cerveja e água.

Paulo Motta (Garibaldi Produções), Cristina (THC Produções), Flavio Pascarillo (HR Estúdio), Themys Barros (THC Produções), Felipe Barcelos (Barcelos Produções), Eduardo Chamarelli (THC Produções) e Marcio Barroso (THC Produções).
Um outro ponto interessante é a variedade de estilos das bandas que estão sendo escaladas no cast do festival. Temos bandas de Rock/Blues a bandas de Thrash/Death. Como foram escolhidas as atrações do Hell In Rio? Pelo que vi no cast apresentado, houve uma preocupação em unir novos nomes as bandas mais clássicas. Estou certo?
Exato. Queríamos unir o atual com o consagrado. Misturar estilos. A galera está muito segmentada. O rock tem várias vertentes e todas são muito legais. Não tem limitação nenhuma em curtir o show do sepultura e do velhas virgens. O importante é a galera se divertir. Este line up é quase que a história da música pesada no país nas últimas décadas. Alí tem punk, blues, hardcore, metal, heavy metal, e mais que qualquer rotulo desses, tem qualidade musical, diversão, atitude, e tudo mais o que se procura em um evento de rock.
Antes do evento ganhar a proporção que tem atualmente, foram feitas algumas votações sobre as bandas no Facebook. O quanto isso influenciou nas escolhas?
100 por cento!!! Todas as bandas convidadas, sem nenhuma exceção, foram sugeridas naquela pesquisa. Como dissemos, a idéia era que o festival fosse construído pelo público, e assim foi feito! Cada um que participou das pesquisas, ou que vai aos shows, pode se considerar produtor de uma parcela do HELL IN RIO. É uma festa construída por várias mãos e pensada por várias cabeças. O resultado só é bom quando o trabalho é coletivo.
O cartaz do evento traz uma imagem forte e que dá margem a várias interpretações. Como ela foi concebida e qual o significado dela para vocês?
O rock tem a tendência de chocar, chamar a atenção. Não tem nada ali que os filmes de Hollywood já não fizeram dezenas de vezes, e com a mesma ideia: chamar a atenção do público!

Além das bandas, que outras atrações os fãs irão ter?
Haverá o lançamento exclusivo de um grande projeto musical, que é o clipe do REC/ALL, banda formada pelo carioca Rod Ross com integrantes de bandas como Angra, Almah e Tribuzzi. Podemos fazer o mesmo com algumas outras bandas, estamos avaliando. Haverá estandes para entretenimento, mas ainda estamos negociando isso. O apresentador do festival será um grande nome da cena rock nacional, o que também é uma atração à parte. Mas o que a galera mais está elogiando é a ideia de ter cerveja e comida barata no evento. Todo mundo está cansado de ir a shows e pagar caro pela cerveja. Estamos negociando com os possíveis patrocinadores para ter uma cerveja com preço quase de custo, o mais barato possível.
Senhores, esperamos que o evento seja um enorme sucesso e parabenizamos vocês pela iniciativa. O Hell In Rio já pode ser considerado um divisor de águas na cidade. Por favor deixem suas mensagens aos fãs que esperam ansiosos por novembro. Nos vemos lá!
O que mais está nos motivando neste projeto é a resposta do público, das bandas, da cena local. A galera do RJ pedia a muito tempo por um show desses. Já consideramos uma grande vitória chegar a organizar algo assim com a ajuda da galera. Então esperamos que, para fechar com chave de ouro, a galera que curte um bom rock’n roll compareça nos dias 05 e 06 de novembro para podermos consolidar este festival no calendário de eventos do Rio de Janeiro. Contamos com vocês. Nos vemos no HELL!!!!!!
Para conferir os valores de ingressos, onde comprar e a lista de atrações acesse: Hell In Rio