No último dia 19 de Março os finlandeses do Sonata Arctica voltaram ao Rio de Janeiro. A turnê que aconteceria inicialmente em 2020, e adiada tantas vezes devido a pandemia, finalmente chegou ao Circo Voador.
Esse foi o sexto show na cidade em um intervalo de 10 anos, e o terceiro no Circo Voador. Muitos acreditavam que a banda poderia desistir do Rio de Janeiro devido aos eventos ocorridos durante a turnê de 2017, onde manifestações próximas ao Circo Voador fizeram com que uma nuvem de gás entrasse no espaço causando ardência nos olhos e tosse em parte do público presente.
Mas vamos focar no presente.
Como divulgado, o Circo Voador abriu as portas as 18:30 e o show se iniciou precisamente as 20:00. O público presente era satisfatório e bem barulhento.
Logo após a introdução, com Always Look On The Bright Side Of Life dos maravilhosos comediantes (para se dizer o mínimo) do Monty Python, Tommy Portimo (Bateria) e Tony Kakko (Vocais) foram os primeiros a entrar no palco. Já ovacionados, cumprimentaram os presentes e após a chegada de Pasi Kauppinen (Baixo), Henrik Klingenberg (Teclados) e Elias Viljanen (Guitarra) iniciaram o show com The Wolves Die Young, música de abertura do álbum Pariah’s Child (2014).
O show seguiu com The Last Amazing Grays (The Days Grays, 2009) e Storm The Armada (Talviyö, 2019). A cada intervalo, os presentes gritavam: “Sonata, Sonata…”, a banda se mostrava bem confortável no palco e os sorrisos nos integrantes eram facilmente visíveis.
Paid In Full (Unia, 2007) foi cantada em uníssono. Sing In Silence (Silence, 2001), Kingdom For A Heart (Ecliptica, 1999), mais uma celebrada pelos presentes, Caleb (Unia, 2007) e Closer To An Animal (The Ninth Hour, 2016) vieram na sequência.
Podemos dizer aqui que o show foi dimensionado em duas partes, a primeira com as músicas citadas, um pouco mais intimistas talvez. E uma segunda parte com músicas mais para cima, um pouco mais enérgicas.
Black Sheep (mais uma de Silence), Broken (Winterheart’s Guild, 2003), I Have A Right (Stones Grow Her Name, 2012) – impressionante o tamanho que essa canção alcançou. Tivemos também a balada Tallulah (Silence, 2001) e Fullmoon (Ecliptica, 1999) com Kakko pedindo para o público cantar sozinho, mas claro, só a primeira parte da música. Fim do set regular.
Voltando para o Bis, Kakko brincou com os presentes, dividindo a platéia e fazendo disputas vocais. Sempre uma alegria para os presentes esse momento. A banda executa The Cage (Winterheart’s Guild, 2003), uma de minhas favoritas, Don’t Say a Word (Reckoning Night, 2004) e encerrou a apresentação, como o próprio Kakko falou, com a resposta para todas as questões: “Vodka”.
O Sonata Arctica amadureceu ao longo de seus 27 anos, conseguindo seu lugar ao Sol e saindo das sombras de seus conterrâneos do Nightwish e Stratovarius. As letras passaram a ser mais intimistas, por vezes, mais sombrias, responsáveis e críticas, os elementos do Power Metal que consagraram a banda ainda permanecem, mas o conteúdo passou a ser bem mais significativo do que o peso e/ou a velocidade.
Sendo uma turnê em comemoração aos 25 anos da banda, muitos esperavam canções como Wolf And Raven, My Selene, Replica, Blinded No More, Blank File… mas infelizmente ficaram de fora, quem sabe em uma próxima turnê, uma parte 2 dessa comemoração, quem sabe?.Mesmo assim, a banda conseguiu fazer um belo apanhado de toda sua história e não decepcionou.
Mais uma vez a parceria Overload e Dynamo Records nos trazendo um grande concerto! A estrutura do Circo Voador é inquestionável, som impecável e apenas as luzes que estavam meio “pesadas” no palco, mas nada que prejudicasse ou tirasse o mérito do espetáculo. Uma noite incrível!!!
Sonata Arctica Setlist: Always Look on the Bright Side of Life (Intro – Monty Python) / The Wolves Die Young / The Last Amazing Grays / Storm the Armada / Paid in Full / Sing in Silence / Kingdom for a Heart / Caleb / Closer to an Animal / Black Sheep / Broken / I Have a Right / Tallulah / FullMoon / Bis: The Cage / Don’t Say a Word / Vodka.