Agressividade roqueira antigoverno e anti-capital é o que traz Pedro Salvador (Necro, Messias Elétrico) em “Traste”, seu novo EP solo. Dialogando com a raiva e a revolta que brotam na sociedade contemporânea, Pedro grava todos os instrumentos e apresenta uma sonoridade hard/blues/psicodélica sem floreios. Com 4 canções, inclui uma releitura de “Cheiro de Gasolina”, composta por Carmen Cunha (Lammia, Carmen Blues), músicas de compositores do underground alagoano (Roberto Teodósio e Holanda Jr), e uma composição de Pedro.
Lançamento dia 10 de julho no bandcamp (pedro-salvador.bandcamp.com) e nas demais plataformas de streaming via Voragem.
Para ouvir:
https://www.youtube.com/watch?v=ir-jAULJlwE&feature=youtu.be
https://soundcloud.com/pedro_salvador/sets/pedro-salvador-traste-ep-2020/s-h7gtLi4Ws6B
instagram e twitter: @pedrivus
“Num mundo tão ruidoso, faz falta parar pra ouvir.
Solo, mas falando conversando com os sentimentos de um monte de gente, “Traste” é o novo EP do Pedro, um álbum – segundo ele mesmo – curto e mais agressivo.
As versões soam Pedro, embora somente a última música – “Na sujeira da cidade deixarei o meu penar até morrer” – seja de sua autoria.
As quatro faixas soam como uma revolução dançada, cada uma num ritmo, uma hora jogando energicamente pra cima tanto pesar que guardamos ao longo de nossas caminhadas individuais e sociais, falando sobre expectativas e talvez mantendo uma versão até otimista de que haverá um tempo a se curtir pós-tempestade. É importante lembrar, sobretudo em 2020, que vandalismo é valorizar vidraças, bancos e economia frente à existência das pessoas e que nenhuma revolução será pacífica.
“Traste” como um todo, parece ser sobre pessoas, parece sobre a vida de muita gente, parece sobre mim, parece sobre você. A verdade é que o mundo tá acabando e felizmente sendo recriado todos os dias. Junto a ele, nós também estamos passando, então não vale muito a pena assistir sem participar de tudo isso.
Por isso posicionem-se, mas também tome um fôlego. Acolha – ao menos com o olhar – não só quem caminha ombro a ombro a sua caminhada, mas todas as pessoas que precisam urgentemente serem vistas em nosso bairro, cidade, estado ou país. Cuide-se, mantenha-se vivo, faça você mesmo, mas sempre que precisar peça ajuda.
Pra mim e pra muitas pessoas, seria muito mais difícil entender e participar disso tudo sem música.
Portanto, pare um pouco pra ouvir sempre que possível e escolha bem sua trilha sonora para o fim do mundo.”
(Bárbara Oliveira, enfermeira obstétrica, professora e ouvidora de música)
Voragem Discos